Jão fez show em sua segunda passagem por Portugal neste domingo (16), no palco Mundo do Rock in Rio Lisboa. O brasileiro entrou em cena numa tarde ensolarada, sob um céu azul, 22ºC a marcar nos termômetros e uma brisa fluvial do parque Tejo, à beira do rio que dá nome ao espaço. Ali, um lixão a céu aberto revitalizado, o papa Francisco protagonizou a Jornada Mundial da Juventude no ano passado.
Em entrevista no backstage antes da performance, Jão já havia afirmado que seria algo diferente da “Superturnê”, com a qual tem rodado o Brasil. “Trouxe um show muito especial pra cá, que a gente preparou só pra cá e não vou fazer mais nenhum outro lugar. Queria fazer uma ideia que fosse mais teatral, um pouco mais cinematográfica e a banda inteira participa de uma maneira ativa”.
Vestido com um colete e uma calça prateados, o artista mostrou muita simpatia ao país e ao público português e, claro, aos brasileiros numerosos que vivem em Portugal. “Primeira vez que consigo passear por aqui. É lindo, mas o que eu queria ver de perto era o rostinho de vocês”.
“A minha miopia está ajudando vocês, porque eu estou vendo tudo”, disse ele em referência aos cartazes do fã. “Vou abraçar você, em breve”, prometeu a fã com um deles perto do palco. Promessa cumprida ainda durante o show.
O setlist que contemplou “Coringa”, além de hits como “Escorpião”, “Pilantra”, fruto de parceria com Anitta, “Idiota” e “Me Lambe”, com o qual encerrou a apresentação de aproximadamente uma hora. “Eu volto”, afirmou aos fãs presentes.
No primeiro fim de semana do Rock in Rio, tanto no sábado (15) quanto no domingo (16), segundo a organização, o público foi de 80 mil ingressos para ver nomes como Scorpions e Evanescence, no primeiro dia, e Ed Sheeran e Calum Scott no segundo.
Jão em seus shows busca passar mensagens de esperança, superação, orgulho e a importância de diversidade e representatividade. Na faixa “Meninos e Meninas”, ergueu uma bandeira LGBTQIAP+ enquanto cantava, dançava e pulava acompanhado de quase toda sua banda e backing vocals, com exceção do baterista.
“A gente começa a contar a carreira desde o primeiro disco, mas na verdade existiram 10, 15 anos”, diz Jão. “E é muito doido como eu sempre me apeguei a um dia que isso vai acontecer. Um dia vai rolar, eu vou continuar. E olha onde estamos agora!”, completou.
Aos 29 anos, o jovem do interior de São Paulo, mais precisamente de Américo Brasiliense, tem três discos na carreira: “Lobos” (2018), “Pirata” (2021) e “Super” (2023), este último com o qual partiu em turnê em diversas cidades no Brasil e fora dele.
Questionado sobre carreira internacional, o cantor respondeu: “Não sei se eu gosto muito do termo carreira internacional. A minha carreira é uma só”, disse. “E se algum momento eu tiver vontade de cantar em espanhol, em inglês, é o que eu quero muito fazer. Acho que artistas de todos os lugares tem que sentir que o potencial pode extrapolar o seu país também. E eu não me sinto nem um pouco com vergonha de dizer que quero cantar lá fora, que quero fazer sucesso lá fora, mas tudo com muita parcimônia”.
Neste ano, Jão foi um dos brasileiros do lineup da edição de 20 anos da versão portuguesa do evento, que conta ainda com Ivete Sangalo, Luísa Sonza, Pedro Sampaio, Dilsinho, MC Cabelinho e Veigh, com shows no sábado (22) e domingo (23). Quase todos eles –a exceção é Dilsinho– figuram como atrações do Rock in Rio na capital fluminense, que comemora 40 anos desde sua idealização pelo empresário Roberto Medina.
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