Lady Gaga entregou um espetáculo teatral e musical no palco principal do Coachella, transformando o deserto californiano de Indio em uma ópera gótica para apresentar a narrativa de seu novo projeto, “Mayhem”. Em um set de mais de duas horas nesta sexta-feira (11) , dividido em quatro atos, a artista explorou a dualidade entre luz e sombra, representadas por diferentes facetas de sua persona no primeiro dia do festival.
A performance começou com Gaga em um vestido imponente de três andares durante “Bloody Mary”, celebrando o ressurgimento da faixa no TikTok. Em “Abracadabra”, ela incorporou uma cantora de ópera vitoriana em um universo paralelo sombrio, seguida pela coreografia original de “Judas”. Após interlúdios e “Garden of Eden”, Gaga saudou o público, dando as boas-vindas à sua “casa do caos”.
O primeiro ato culminou em um confronto dramático entre suas versões “boa” e “má” ao som de “Poker Face”. No segundo ato, Gaga ressurgiu de um monte de terra em um vestido branco, cercada por dançarinos com máscaras de caveira ao som de “Perfect Celebrity”, em uma possível alusão à fama póstuma. Emocionada, ela dedicou um discurso ao público antes de “Alejandro”, agradecendo pelo apoio ao longo de sua carreira e construindo uma “ópera no deserto” como gesto romântico.
No terceiro ato, o DJ francês Gesaffelstein juntou-se ao palco, adicionando sua sonoridade futurista a “Killah”, enquanto Gaga vestia um collant que remetia aos seus primeiros shows de “Just Dance”. A performance de “Zombieboy” trouxe uma narrativa sombria, com Gaga interagindo com dançarinos esqueletos. Ao longo do show, ela incluiu versões mais curtas de “Die with a Smile” e uma emocionante interpretação de “Shallow”, dedicando a música ao seu noivo, Michael Polansky.
O final apoteótico viu Lady Gaga retornar como um anjo emplumado ao som de “Bad Romance”, com fogos de artifício iluminando o céu. Uma mensagem no telão declarou: “Somos monstros, e monstros nunca morrem”. A narrativa de “Mayhem” não terminou em tragédia, com a artista abraçando a coexistência da luz e da escuridão dentro de si. A direção criativa de Parris Goebel transformou o show em um espetáculo teatral que reafirmou o status de Lady Gaga como um ícone pop singular.
A artista volta ao palco principal do Coachella na sexta-feira (18), já que o evento conta com uma programação espelhada em dois fins de semanas. Entre os headliners estão ainda Green Day e Post Malone. Neste sábado (12) e no domingo (13) há performances, assim como de 18 a 20 de abril, transmitidas ao vivo no canal oficial do YouTube.
Lady Gaga no Rio
A apresentação impactante de Lady Gaga no Coachella acendeu ainda mais a chama da expectativa para o aguardado show gratuito da estrela pop na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em 3 de maio. Marcado como um dos grandes eventos da iniciativa “Todo Mundo no Rio”, que visa consolidar a cidade como um polo de espetáculos internacionais, a performance é aguardada por cerca de 1,5 milhão de pessoas, com uma previsão de injetar cerca de R$ 600 milhões na economia local.
A performance teatral e musical que Gaga entregou no deserto da Califórnia, explorando a dualidade de seu novo projeto “Mayhem” em um cenário gótico, serve como um possível prenúncio do que os fãs brasileiros poderão vivenciar. A artista, inclusive, nomeou o evento no Rio de “Mayhem on the Beach” (Caos na Praia), ecoando o título de sua apresentação no Coachella (“Mayhem in the Desert”), o que intensifica a especulação sobre uma possível similaridade nos repertórios e na estética dos shows.
Caso o setlist do Rio siga a linha do Coachella, o público pode se preparar para ouvir hits icônicos que marcaram a carreira de Gaga, como “Bad Romance”, que encerrou a apresentação no festival americano, “Born this Way” e “Judas”. A esses clássicos, somam-se canções do seu novo álbum “Mayhem”, incluindo “Vanish Into You”, “Abracadabra” e “Disease”, que também integraram a lista de músicas apresentadas no deserto californiano, totalizando 20 faixas.
No entanto, a ausência de alguns sucessos como “Applause”, “Telephone”, “Just Dance” e “Perfect Illusion” no repertório do festival deixa uma interrogação sobre o que Gaga escolherá para embalar a multidão em Copacabana. A não inclusão de músicas dos álbuns “Artpop”, “Joanne” e “Chromatica” também adiciona um elemento de surpresa à expectativa dos fãs brasileiros, ansiosos para descobrir quais canções farão parte desta celebração musical à beira-mar.
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