Kendrick Lamar fez história na noite deste domingo (9) ao comandar o show do intervalo do Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano entre Kansas City Chiefs e o Philadelphia Eagles, no estádio Caesars Superdome, em Nova Orleans. Em uma apresentação marcada por coreografias expressivas e mensagens políticas, o rapper californiano entregou um espetáculo que exaltou o hip-hop da costa oeste americana e incluiu a aguardada performance de “Not Like Us”, faixa de sua rivalidade com Drake.
A performance, que durou cerca de 15 minutos, contou com participações de SZA, Samuel L. Jackson e, surpreendentemente, Serena Williams, que adicionou mais camadas de significado à provocação contra o artista canadense. O público vibrou quando Lamar finalmente cantou “Not Like Us”, música que se tornou um dos maiores sucessos de 2024 e rendeu a ele cinco estatuetas no Grammy. A faixa, que surgiu em meio a uma disputa de rimas entre os dois artistas, ganhou notoriedade por versos em que Lamar acusa Drake de pedofilia.
Lamar provocou o público antes de cantar o hit. “Eu quero tocar a música favorita deles, mas vocês sabem que eles adoram processar”, brincou, enquanto seus dançarinos e backing vocals o desafiavam a seguir adiante. A surpresa ficou por conta de Serena Williams, que apareceu no palco enquanto o rapper suavizava alguns trechos da letra. A presença da ex-tenista foi interpretada como um recado direto a Drake, com quem ela teve um relacionamento, marcado por um término conturbado.
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O show começou com Lamar sobre o capô de um Buick GNX, modelo que estampa a capa de seu álbum mais recente, “GNX”. Ele abriu o set com “Bodies”, enquanto dançarinos vestiam macacões nas cores da bandeira americana, formando um mosaico visual em um palco de vidro e neon. O espetáculo seguiu com “Humble”, embalada por uma coreografia que misturava passos militares e gestos de protesto.
Desde o anúncio de Lamar como atração, havia especulações sobre o tom do show. Com um histórico de letras politizadas e narrativas que exploram desigualdades sociais, o rapper levou a essência das ruas para um dos maiores eventos da televisão americana. Quando Samuel L. Jackson, vestido como Tio Sam, pediu que ele fizesse algo “mais gueto”, o cenário se transformou em uma avenida, com postes piscando e luzes urbanas, enquanto Lamar performava “Euphoria” e “DNA.”, esta última parte do álbum “Damn”, que o tornou o primeiro rapper a vencer um prêmio Pulitzer.
Encerrando a apresentação, Lamar cantou “TV Off” e, em um gesto simbólico, fingiu desligar uma tela gigante no palco, como se desse o apito final do seu próprio jogo. Agora, o vídeo está disponível no YouTube.
Os shows do intervalo se tornaram uma tradição do Super Bowl a partir dos anos 1990. Ao longo dos anos, o evento contou com a participação de grandes estrelas da música, como Beyoncé, Michael Jackson, Paul McCartney, Madonna, Prince, Rolling Stones e U2.
A apresentação de Kendrick Lamar também reforçou a presença do hip-hop no evento, que tem se aproximado cada vez mais do gênero desde 2022, quando Dr. Dre, Snoop Dogg, Eminem e Mary J. Blige subiram ao palco. No ano seguinte, foi a vez de Rihanna, seguida por Usher e Alicia Keys em 2024.
Fotos de Kendrick Lamar no show do internavelo do Super Bowl
