Milhares de admiradores e fãs do rock se reuniram nesta quarta-feira (30) em Birmingham, na Inglaterra, para a despedida de Ozzy Osbourne, o lendário vocalista e líder do Black Sabbath. Um cortejo fúnebre percorreu as ruas da cidade natal do músico, que morreu em 22 de julho, aos 76 anos. O enterro foi organizado para ser em uma cerimônia privada após as homenagens públicas.
Nos dias que antecederam a procissão, milhares de admiradores já prestavam suas homenagens na cidade natal do Príncipe das Trevas, deixando flores, mensagens e outros itens na ponte Black Sabbath. O carro fúnebre, adornado com flores roxas formando o nome “Ozzy”, iniciou sua jornada em Aston, passando pela casa onde o músico cresceu, na Lodge Road, e pelo estádio Villa Park. Fãs se aglomeravam nas ruas, gritando seu nome e jogando rosas.
O momento mais emocionante ocorreu quando o cortejo parou na ponte Black Sabbath. A esposa de Ozzy por 43 anos, Sharon Osbourne, visivelmente emocionada, foi amparada pelos filhos Aimee, Kelly e Jack. Juntos, eles depositaram rosas entre os tributos deixados pelos fãs.
A atmosfera não foi de luto silencioso. Uma banda local, a Bostin’ Brass, tocou clássicos como “Iron Man” e “Crazy Train”, refletindo o desejo do próprio Ozzy, que em 2011 disse que queria que seu funeral fosse “uma celebração, não um festival de lamentações”.
“Ozzy era mais do que uma lenda da música, era um filho de Birmingham”, declarou na terça (29) Zafar Iqbal, prefeito da cidade. “Para a cidade era importante celebrar com uma homenagem digna e adequada. Sabemos o quanto este momento significa para os fãs. Estamos orgulhosos de celebrá-lo aqui com sua querida família, no lugar onde tudo começou”, disse o governante.
“Ele era uma lenda, então você tem que vir e dizer adeus”, disse Will Howell, um estudante de 18 anos, ao jornal britânico The Guardian. Paul Allen, músico local de 58 anos, o descreveu como “um grande embaixador” para a cidade. “Eles estão todos morrendo. É de partir o coração”.
A morte de Ozzy encerrou uma era para o rock. O músico, que recebeu o apelido de Príncipe das Trevas, enfrentava diversos problemas de saúde nos últimos anos, incluindo o diagnóstico da doença de Parkinson em 2019 e as consequências de uma lesão na coluna, que impactaram sua mobilidade.
Apesar dos desafios, ele realizou seu último e histórico show no evento Back to the Beginning, em 5 de julho. Aquele festival marcou o reencontro da formação original do Black Sabbath após 20 anos e foi uma grande celebração de seu legado. Na ocasião, declarou: “É minha vez de ir ‘de volta para o começo’… Hora de retribuir ao lugar onde eu nasci”.
Naquela noite, o evento contou com a participação de bandas como Metallica, Guns N’ Roses e Slayer, que prestaram suas homenagens no palco. Ozzy fez um set solo potente, mesmo sentado em um trono, com clássicos como “Mr. Crowley” e a própria “Crazy Train”, antes de se juntar a Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward para hinos do Black Sabbath como “War Pigs” e “Paranoid”.
Fundada em Birmingham em 1968, o Black Sabbath é amplamente considerada a banda pioneira do heavy metal. Com álbuns icônicos que definiram o gênero, o grupo vendeu mais de 75 milhões de discos. A trajetória do cantor, no entanto, também foi marcada por excessos, como o infame incidente do morcego em 1982.
A morte do ícone gerou uma onda de tributos no mundo da música. O Oasis dedicou “Rock ’n’ Roll Star” a ele durante show em Wembley, e o Offspring tem incluído um cover de “Crazy Train” em suas apresentações.