O Bad Religion provou mais uma vez, neste domingo (7), na segunda edição do The Town, por que é um dos ícones do punk rock mundial. Com 45 anos de carreira, o grupo liderado pelo vocalista Greg Graffin —que também é doutor em zoologia e professor de evolução— apresentou um show que percorreu mais de dez álbuns em 1h14 no palco Skyline.
O set começou com a faixa-título de “Recipe for Hate” (1993), seguida por “Supersonic”, de “The Process of Belief” (2002), e “You Are (the Government)”, do clássico “Suffer” (1988). As canções conquistaram rapidamente o público e deram a impressão de que o Bad Religion fazia parte do lineup desde o início, e não como substituto de última hora do Sex Pistols.
“Estávamos em férias até uma semana atrás. Agora, estamos aqui em férias diferentes, não é? E hoje é o dia da independência, e vocês são o governo”, alertou Graffin, em um dos vários discursos políticos do dia, antes da banda tocar “You Are (the Government)”.
Formado em 1980, em Los Angeles, o Bad Religion é composto atualmente por Brian Baker (guitarra) — lendário guitarrista do Minor Threat —, Mike Dimkich (guitarra) e Jamie Miller (bateria), além dos cofundadores Jay Bentley (baixo) e Brett Gurewitz (guitarra), que segue como compositor.
Outros destaques da noite foram “No Control”, “Struck a Nerve” e a melódica “New Dark Ages”, com os vocais de apoio de Bentley e Baker, uma das marcas registradas do grupo. O mesmo recurso pôde ser apreciado em “My Sanity” e “Fields of Mars”.
As letras, que abordam política, religião e sociedade, conectaram-se com os fãs. Foi o caso de “Modern Man” e o hit “21st Century (Digital Boy)”, que antecipava há mais de 30 anos a nossa dependência tecnológica. O tom questionador é uma marca desde o primeiro álbum, “How Could Hell Be Any Worse?” (1982), que incluiu no setlist “Fuck Armageddon… This Is Hell” e “We’re Only Gonna Die”.
A virada que consolidou a banda no punk rock veio com “Suffer” (1988). O disco influenciou uma geração de bandas nos anos 1990, como Offspring e Green Day, ao incorporar mais melodia às composições. Outros clássicos tocados no show, como “Atomic Garden” e “Generator”, foram recebidos com entusiasmo.
A apresentação foi encerrada com dois de seus maiores sucessos: “Sorrow”, com o público cantando junto, e “American Jesus”, que fechou a performance de forma potente.
Esta foi a 13ª vez da banda americana no Brasil. Em entrevista ao jornal O Globo antes do show, Graffin comentou o desafio de substituir os Sex Pistols. “Ninguém substitui Sex Pistols. Mas estamos honrados, porque não há muitas bandas que poderiam ser chamadas […] e que ainda poderiam gerar muita emoção para os fãs brasileiros. Foi como se trocassem a banda favorita do público por talvez outra de suas bandas favoritas”.
O baixista Jay Bentley complementou sobre a correria: “Foi bastante aterrorizante. Quando o convite chegou, pensei que simplesmente não teríamos como aceitar […] Não tínhamos voos, nem vistos, nada… Mas a organização disse que ia cuidar de tudo, então decidimos que deveríamos tentar”.
O dia do rock no The Town teve ainda shows de Capital Inicial, Bruce Dickinson, Pitty, CPM 22 e Iggy Pop, culminando com a apresentação do Green Day. O festival, que teve seu primeiro dia no sábado (6) com Travis Scott e Ms. Lauryn Hill, retorna na sexta-feira (12) com Backstreet Boys.
Setlist do Bad Religion no The Town (7.set.2025)
- “Recipe for Hate”
 - “Supersonic”
 - “You Are (the Government)”
 - “Candidate”
 - “No Control”
 - “Struck a Nerve”
 - “New Dark Ages”
 - “Modern Man”
 - “My Sanity”
 - “I Want to Conquer the World”
 - “Fuck Armageddon… This Is Hell”
 - “Fields of Mars”
 - “Do What You Want”
 - “True North”
 - “Atomic Garden”
 - “We’re Only Gonna Die”
 - “Generator”
 - “You”
 - “21st Century (Digital Boy)”
 - “Infected”
 - “Cease”
 - “Anesthesia”
 - “Sorrow”
 - “American Jesus”
 
								
								


