A turnê “Wake Up!” do System of a Down pela América do Sul chegou ao fim nesta quarta-feira (14) de forma grandiosa, consolidando-se como um dos maiores eventos de rock do ano no continente. Ao todo, cerca de 500 mil pessoas assistiram aos nove shows da banda armênio-estadounidense. A jornada encerrou com uma apresentação potente para 70 mil fãs no autódromo de Interlagos, em São Paulo.
A maratona sul-americana teve início em Bogotá, Colômbia (24/4), onde a banda já demonstrava a força de seu retorno com uma apresentação de 34 músicas e uma homenagem às vítimas e sobreviventes do genocídio armênio. O giro seguiu por Lima, Peru (27/4), onde o setlist apresentou variações e raridades, e por Santiago, Chile (30/4), onde a banda tocou para um público de 70 mil pessoas. A passagem por Buenos Aires, Argentina (3/5), antecedeu a chegada ao Brasil.
No Brasil, antes do encerramento em Interlagos, o quarteto formado por Serj Tankian (vocal), Daron Malakian (guitarra), Shavo Odadjian (baixo) e John Dolmayan (bateria), passou por Curitiba (6/5), Rio de Janeiro (8/5) e duas noites com ingressos esgotados no Allianz Parque (10 e 11/5).
A noite de despedida em Interlagos, que teve ingressos também esgotados, começou com a energia das bandas de abertura Ego Kill Talent e AFI. Às 21h15, o System of a Down subiu ao palco para uma performance avassaladora de 2 horas e 20 minutos, com um setlist de 38 músicas. John Dolmayan, antes do início, repetiu o gesto de carinho e visitou os fãs na área PCD.
O repertório em Interlagos foi uma celebração, trazendo de volta faixas como “36”, “Pictures”, “Highway Song”, “Mind” e “Spiders”. Antes de “Lonely Day”, Daron Malakian ainda brindou a plateia com um trecho de “Careless Whisper”. Clássicos como “Aerials” e “Hypnotize” embalaram o público, enquanto “Needles”, “Bounce” e “Forest” transformaram a pista em um mar de gente em movimento, com rodas de mosh intensas onde a harmonia prevalecia, com fãs se ajudando mutuamente.
A energia da plateia foi um espetáculo à parte. Durante a performance de “Toxicity”, o guitarrista Daron Malakian, observando a paixão dos fãs e os diversos sinalizadores acesos, repetiu a frase que marcou sua passagem pelo Brasil: “O System of a Down não usa pirotecnia no palco, porque nossos fãs trazem o fogo!”. A resposta foi uma explosão de luzes e fumaça colorida, com seguranças e bombeiros por vezes parecendo contagiados pela vibração.
Antes de “Cigaro”, Daron fez um discurso dedicando a música à equipe da turnê e brincou com a letra: “Essa letra é tão estúpida”, disse com um sorriso, referindo-se a “My cock is much bigger than yours…”. O hino “Chop Suey!” foi cantado em uníssono por dezenas de milhares de vozes.
A poderosa “Sugar” fechou o setlist principal com uma explosão final de energia. Após a última nota, um show de fogos de artifício, que durou mais de cinco minutos, iluminou o céu de Interlagos, selando a despedida apoteótica da banda do continente.
O System of a Down provou mais uma vez por que é um dos nomes mais reverenciados do metal mundial, deixando uma marca de energia e mensagens contundentes por onde passou nesta bem-sucedida turnê sul-americana.
Fotos do show do System of a Down em São Paulo






