Em uma noite histórica para os fãs de metal, o Slipknot subiu ao palco do Allianz Parque, neste domingo (20), para encerrar o segundo e último dia do Knotfest Brasil. A banda presenteou o público com um set dedicado inteiramente ao álbum que leva o nome do grupo americano, lançado em 1999, que completa 25 anos em 2024.
Assim como no dia anterior, o show foi um delírio coletivo, impulsionado pela presença eletrizante de Eloy Casagrande, ex-baterista do Sepultura, que mais uma vez se destacou como atração à parte do evento. Apesar disso, os membros do Slipknot, novamente, não fizeram qualquer menção a ele no palco, ao longo do show. Por outro lado, Telão mostrou o baterista mais vezes do que no primeiro dia.
A apresentação começou com a introdução “742617000027”, abrindo os portões do inferno para a sequência destruidora de “(Sic)”, “Eyeless” e “Wait and Bleed”, como no disco original. A violência pacífica das rodas de mosh tomou conta, criando uma atmosfera caótica, emocionante e um pouco perigosa logo no início da 1h25 de duração do show.
Depois da primeira surra de músicas, o DJ Sid Wilson trouxe a primeira de suas intervenções sombrias com seus experimentos sonoros, oferecendo uma breve pausa na fúria do público. Mas o descanso durou pouco: Corey Taylor voltou ao microfone saudando os fãs com sua energia característica para anunciar que “estávamosde volta a 1999 por uma unica noite” e retomar a porradaria com “Get This” e “Eeyore”, ambas originalmente lançadas em edições “deluxe” do álbum homenageado.
O setlist seguiu com o remix tortuoso de Sid Wilson para “Tattered & Torn” e a execução visceral de “Me Inside” –músicas menos conhecidas, mas bem recebidas pelos fãs. A intensa “Liberate” manteve a adrenalina em alta, enquanto a ambiental “Frail Limb Nursery” deu o tom sombrio para a chegada de “Purity” e “Prosthetics”, mais introspectivas e carregadas de tensão.
Um dos destaques da noite foi a execução de “No Life”, faixa em que a influência do Sepultura transparece de forma evidente. É impossível não associar seus riffs de guitarra com o clássico “Refuse/Resist”, do álbum “Chaos A.D.”, de 1993, evidenciando a conexão estética entre as duas bandas que tiveram uma estremecida na relação depois da ida de Eloy para o Slipknot.
A reta final do show trouxe mais momentos intensos com “Only One”, preparando o terreno para o bis explosivo formado por “Spit It Out” e “Surfacing”. Nessas últimas faixas, a plateia voltou a bater cabeça com energia total, como se não houvesse amanhã. O show terminou com os mais de 10 minutos hipnóticos de “Scissors”, última faixa do álbum homenageado, com direito a bandeira do Brasil no palco com o vocalista Corey.
A longa música contou ainda com Eloy quebrando tudo na parte final da música, para delírio do público que ovacionou o brasileiro, que foi o último a deixar o palco enquanto um destruidor som ambiente de guitarras ainda ecoava.
Com o Knotfest Brasil chegando ao fim, o Slipknot segue em sua turnê pela América do Sul. A próxima parada será em Assunção (23/10), no Paraguai, para um show solo. Depois, a banda desembarca em Buenos Aires (26/10) para o Knotfest Argentina. A sequência segue com apresentação solo em Lima (28/10), Knotfest Chile, em Santiago (2/11), e dois shows na capital da Colômbia, Bogotá (5 e 6/11).