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Scorpions e Judas Priest encaram chuva e fecham dia de metal no Monsters of Rock

Festival levou grandes nomes do gênero ao Allianz Parque, na zona oeste da capital paulista, neste sábado (19)

Por Amon Borges
20.abr.2025 às 21h19

Atualizado em: 20.abr.2025 às 21h19

O altar do rock pesado foi erguido neste sábado (19) no Allianz Parque, em São Paulo, para uma peregrinação sonora que reuniu devotos de um gênero atemporal. Sob um céu que ora chorava, ora continha as lágrimas, lendas como Scorpions e Judas Priest desafiaram as barreiras climáticas de uma noite nublada, conduzindo uma celebração musical com sete shows em mais de 12 horas na oitava edição do Monsters of Rock no Brasil.

A cortina da noite caiu ao som do Scorpions, que, imune à chuva persistente, animou o público que resistiu ao chuvisco. O vocalista Klaus Meine, com sua inconfundível simpatia, teceu memórias da duradoura conexão da banda com o Brasil, desde a estreia no Rock in Rio de 1985. A banda alemã presenteou a multidão com hinos de “Love at First Sting”, transformando o estádio em um coro em faixas como “Still Loving You”, “Bad Boys Running Wild”, “Coming Home”, “Rock You Like a Hurricane” e “Big City Nights”.

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Precedendo o Scorpions, o palco tremeu com a chegada do Judas Priest, verdadeiros pilares do heavy metal, reafirmando sua influência seminal no gênero. Rob Halford, com sua presença magnética e voz marcante aos 73 anos, guiou a banda por uma performance visceral de clássicos como “Breaking the Law” e “Painkiller”. O clímax, fiel à tradição, foi a entrada triunfal de Halford em sua Harley-Davidson durante o bis, uma tradição que encanta gerações de headbangers há decadas.

O Monsters of Rock é uma franquia de origem inglesa que se espalhou pelo mundo, marcando gerações de fãs de rock. Esta edição de 2025 celebrou os 31 anos da marca no Brasil, desde o festival inaugural em 1994, com um lineup de peso com bandas como Kiss, Slayer e Black Sabbath, nomes que, ao lado de Judas Priest e Scorpions, formam o panteão do heavy metal.

Em 2025, o festival teve seus primeiros acordes ainda de manhã com Stratovarius, que demonstrou a maestria do metal finlandês, combinando velocidade e melodia em canções que marcaram seus mais de 40 anos de história, como “Black Diamond” e “Forever”. O Opeth, na sequência, envolveu o Allianz em atmosferas progressivas, desvendando faixas de seus 14 álbuns de estúdio, incluindo o recente “The Last Will and Testament”.

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Já o americano Queensrÿche buscou reacender a chama de seus anos de ouro, mas a ausência da voz marcante de Geoff Tate há tempos deixou uma sombra, resultando em uma apresentação que careceu do brilho original, notavelmente pela ausência de seu grande sucesso, “Silent Lucidity”. O Savatage proporcionou um interlúdio peculiar: a banda também americana, em seu retorno aos palcos após um longo hiato, apresentou-se sem a presença física de seu emblemático vocalista e tecladista Jon Oliva, que interagiu brevemente via telão, deixando a cargo de outros músicos a missão de reviver seu power metal para os fãs fervorosos.

O dia ainda teve o conjunto sueco Europe, liderado por Joey Tempest, que injetou sua dose de hard rock oitentista, com a multidão entoando em êxtase o icônico “The Final Countdown” para fechar o show.

Apesar da persistente garoa que acompanhou grande parte do evento, o Monsters of Rock testemunhou a resiliência e a paixão inabalável da comunidade metalhead brasileira, unida para celebrar o legado de bandas que continuam a moldar a trilha sonora de gerações.