Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil, três dos maiores nomes da história da MPB, se reunirão para um ato musical em uma manifestação neste domingo (21), na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O cantor Djavan também confirmou presença no evento, que está marcado para começar às 14h, na altura do posto 5.
A união de Caetano, Chico e Gil, um encontro raro nos palcos nas últimas décadas, foi articulada por Caetano através da organização 342 artes. “A ‘PEC da Bandidagem’ tem que receber uma resposta saudável, socialmente saudável, uma manifestação de que grande parte da população brasileira não admite um negócio desse”, disse Caetano em vídeo publicado nas redes sociais nesta sexta (19).
O protesto, convocado por frentes de movimentos sociais como a Frente Povo Sem Medo e a Frente Brasil Popular, tem como pauta principal a oposição à chamada PEC da Blindagem e à anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Atos semelhantes estão programados para acontecer em mais de 30 cidades pelo país.
Lenine, Marina Sena, Os Garotin e Maria Gadú confirmaram presença na capital fluminense. Em Brasília, Chico César se une às manifestações musicais. Já em Salvador, Daniela Mercury confirmou um trio. Silva comanda o ato musical em Vitória. Os rappers mineiros Djonga e FBC vão às ruas de Belo Horizonte. Em São Paulo, há manifestação marcada na avenida Paulista, mas sem anúncio de shows até o momento.
A PEC da Blindagem, aprovada na Câmara e que agora segue para o Senado, propõe que deputados e senadores só possam ser processados criminalmente após autorização prévia do próprio Legislativo, além de restabelecer o voto secreto para essas decisões. Nos últimos dias, diversos artistas passaram a se posicionar contra a proposta, que apelidaram de “PEC da Bandidagem”.
Para a organização do protesto, a presença dos artistas ajuda a ampliar o alcance da manifestação. “Isso nos dá um carimbo de movimento mais geral”, disse Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares. “Eles também têm uma imagem muito vinculada aos momentos importantes de luta em defesa da democracia”, diz ele.
“Esses artistas alcançam públicos que nós, dos movimentos sociais e populares de esquerda, não alcançamos. Eles também têm uma imagem muito vinculada aos momentos importantes de luta em defesa da democracia”, afirma à Folha de S.Paulo.
O ato acontece em um momento de intensos debates políticos em Brasília, com a Câmara aprovando a urgência para a tramitação do projeto de lei da anistia, o que acelera sua votação. O encontro dos três ícones da tropicália e da MPB em um protesto de rua remete a momentos históricos de engajamento da classe artística na política brasileira.
