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‘Ninguém é ilegal’, diz Manu Chao ao cantar ‘Clandestino’ em show em SP

Após 3 apresentações na capital paulista, músico franco-espanhol vai ao Rio de Janeiro e a Belo Horizonte com turnê acústica

Manu Chao em show acústico no City Lights, em São Paulo | Amon Borges - 4.dez.2024/Portal Lineup
Manu Chao em show acústico no City Lights, em São Paulo | Amon Borges - 4.dez.2024/Portal Lineup

Manu Chao entrega aos seus fãs um show empolgante. Em pouco mais de duas horas no palco, o músico franco-espanhol de 63 anos pula, toca violão e canta a plenos pulmões com seus fãs, que o acompanha em todos os sucessos do repertório e em canções menos conhecidas do grande público, digamos assim. Foi assim a terceira e última performance da turnê “Ultra-Acústica” no City Lights Music Hall, em São Paulo, nesta quarta-feira (4).

O artista com raízes galegas é conhecido por sua vida simples, tentando estar “fora do sistema” e por defender causas humanitárias. “Ninguém é ilegal”, diz, por exemplo, ao cantar um de seus maiores hits, “Clandestino”. Nos versos da música de 1998 ele canta: “Perdido no coração da grande Babilônia/
Me chamam de ‘o clandestino’ por não ter documento”, dizem os versos em espanhol já traduzidos para o português.

O repertório traz ainda clássicos como “Me Gustas Tu”, “King of Bongo” e “Desaparecido”. Em “La Vida Tómbola”, com trechos em homenagem a Maradona (1960 – 2020) e protestos contra a Fifa, ele homenageia o craque argentino e ainda lembra de celebrar o brasileiro Garrincha (1933 – 1983).

Toda essa performance intimista de Manu Chao é acompanhada do músico argentino MatuMati. Os dois fazem a festa no palco e conseguem envolver a plateia. “Não te escuto, São Paulo”, disse várias vezes o galego para animar ainda mais os fãs.

Nos bastidores após o show, Manu Chao afirma ao Portal Lineup que prefere esse tipo de apresentação. “Gosto deste formato, para até 2.000 pessoas”.

Depois destas apresentações na capital paulista –as outras duas foram quinta (26) e no domingo (1°)–, ele vai ao Rio de Janeiro para subir ao palco da Kingston no dias 8, 11 e 15 de dezembro, e na sequência para Belo Horizonte, para evento em 20 de dezembro no Galpão 54.

A abertura dos shows de SP e dos dois próximos na casa carioca fica por conta de Sebastián, vulgo Sebastianismos, conhecido especialmente pela bateria da Francisco, el Hombre. Bia Ferreira também participou do evento.

A volta de Manu Chao ao país foi quase que repentina, anunciada na segunda quinzena de novembro. Dizem que é difícil falar com ele e quem maneja sua agenda é sua companheira Cristina Clicom, com quem vive em Barcelona e mantém relação desde 2018.

A visita oincide de certa forma com o lançamento de seu novo álbum, “Viva Tu”, o primeiro com músicas inéditas em 17 anos, desde o “La Radiolina”, de 2007. O disco, lançado em setembro, é uma ode à vida e à solidariedade, refletindo o pluralismo cultural que marca a trajetória do artista.

O trabalho se conecta ainda mais com o público latino-americano, com destaque para a faixa “São Paulo Motoboy”. A música, lançada como single em julho, retrata a rotina dos entregadores da capital paulista, que enfrentam os desafios do trânsito caótico da cidade para garantir a entrega de mercadorias. O clipe, gravado em São Paulo, mostra uma entregadora “carregando injustiça nas costas”, como grafado em sua bolsa, enquanto Manu Chao canta em frente a um grafite de Marielle Franco.

Manu Chao, nascido em Paris em 1961 e filho de Ramón Chao (1935 – 2018), jornalista espanhol exilado pelo regime do ditador Francisco Franco (1892-1975), no poder da Espanha de 1936 a 1975, construiu uma carreira musical que transcende fronteiras. Sua música mescla influências do punk, rockabilly, reggae, música latina e outros ritmos, criando um estilo único e engajado.

Um dos primeiros contatos de Manu Chao com a América Latina aconteceu em 1992, durante uma turnê com sua antiga banda Mano Negra, que durou até 1995. A experiência marcou profundamente o artista, que desde então tem nutrido uma forte ligação com a região. O álbum “Clandestino”, lançado em 1998, consolidou o sucesso dele na região, com canções em português, espanhol, francês e galego. Entre os destaques estão faixas como “Clandestino”, “Desaparecido”, “Welcome to Tijuana” e “Minha Galera”.

Sua relação com o Brasil se mostra ainda mais especial quando se observa que o cantor já dividiu palco com Gilberto Gil e teve a participação dos Paralamas do Sucesso em um de seus álbuns. No Carnaval deste ano, fez shows em São Paulo, no Recife e em Santa Catarina. E provavelmente seu laço mais forte com o país é seu filho Kirá, que inclusive completa 25 anos neste 4 de dezembro. O jovem cearense também é cantor e compositor, nascido em Fortaleza, mas morador de Brasília.

Portanto, “São Paulo Motoboy” é mais um capítulo dessa história, celebrando a vida e a resistência na metrópole brasileira.

Manu Chao ‘Ultra-Acústico’ no Brasil

RIO DE JANEIRO
Quando: 8, 11 e 15 de dezembro de 2025
Onde: Kingston (Lagoa, Rio de Janeiro, RJ)
Quanto: esgotados
Mais informações: manuchao.net

BELO HORIZONTE
Quando: 20 de dezembro de 2025
Onde: Galpão 54 (r. Francisco Soucasseaux, 54, Lagoinha, Belo Horizonte, MG)
Quanto: esgotados
Mais informações: manuchao.net

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