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Marcelo D2 mistura hip-hop e samba com homenagem a Beth Carvalho e Jorge Aragão

Além das músicas da carreira solo, o sambista e rapper carioca interpretou clássicos da música brasileira

Marcelo D2 (dir.) e sua mulher, Luiza Machado, em show com Um Punhado de Bamba na Audio, em São Paulo | Leandro Godoi - 26.out.2024/Divulgação
Marcelo D2 (dir.) e sua mulher, Luiza Machado, em show com Um Punhado de Bamba na Audio, em São Paulo | Leandro Godoi - 26.out.2024/Divulgação

Marcelo D2 subiu ao palco da Audio já na madrugada de domingo (27), pouco depois da 1h da manhã. O show ao lado do grupo Um Punhado de Bamba trouxe um setlist eclético, com a sua tradicional mistura de hip-hop com samba e homenagens a ícones da música brasileira, como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e Leci Brandão.

Com a casa cheia e o público animado, D2 abriu a apresentação com “Povo de Fé”, do álbum “Iboru”, disco lançado em 2023 que ajudou o artista a se conectar mais fortemente com sua espiritualidade e ancestralidade. Em seguida, embalou os presentes com mais duas do mesmo álbum: “Saravá” e “Até Clarear”, consolidando o clima de celebração.

Um dos momentos de maior volume da plateia veio com “Desabafo”, hit de 2008, em que a clássica fusão do rap com a obra de Clara Nunes fez o público cantar em coro o refrão da canção. A energia continuou alta com “Fonte que Eu Bebo” e “Só Quando Meu Samba Morrer”, ambas do álbum mais recente do artista.

Marcelo D2 em show com Um Punhado de Bamba na Audio, em São Paulo | Leandro Godoi - 26.out.2024/Divulgação
Marcelo D2 em show com Um Punhado de Bamba na Audio, em São Paulo | Leandro Godoi – 26.out.2024/Divulgação

Outro ponto alto da madrugada foi a execução de “A Maldição do Samba”, do icônico álbum “À Procura da Batida Perfeita”, lançado em 2003. Já em “1967”, D2 revisitou suas raízes, trazendo à tona a vibe nostálgica de “Eu Tiro É Onda”, de 1998, o primeiro trabalho solo produzido e lançado por ele.

Habituado a estar em São Paulo, o carioca se impressionou com o que viu no centro da cidade antes de subir ao palco da Audio, na zona oeste da capital. “A galera andando de faca na mão, parecendo zumbi. Que porra é essa? Como pode votar num prefeito que está fazendo isso com esses ‘cara’?”, questionou.

“Pelo amor de deus, chega desses caras, desses milicianos, picaretas. A esquerda no Brasil se desconectou, mas ainda é uma utopia. É melhor do que apostar na distopia”, disparou Marcelo D2, antes de apresentar “Gandaia”, parceria dele com o compositor pernambucano Romildo Bastos (1941 – 1990).

A noite foi marcada também por homenagens a outros grandes nomes do samba. O público vibrou ao som de “Água de Chuva no Mar”, eternizada por Beth Carvalho, cantou junto em “Maneiras”, de Zeca Pagodinho, e se emocionou com “Lucidez”, de Jorge Aragão, todas com a participação de sua mulher, Luiza Machado, nos vocais ao lado de D2.

A diretora de cinema e companheira do rapper desempenhou um papel importante na renovação da carreira do artista, especialmente com os projetos “Amar É para os Fortes”, de 2021, e “Iboru”. Ambos os trabalhos combinaram discos e produções cinematográficas, ampliando o impacto artístico de Marcelo D2.

Ainda com Luiza no palco e prestes a fechar a madrugada em grande estilo, o clássico “Zé do Caroço”, transformou a pista da Audio em uma verdadeira quadra de escola de samba, com o público explodindo em alegria e cantando com força os versos “mangueirenses” de Leci Brandão, atualmente deputada estadual pelo PCdoB de São Paulo. O fim veio com a sugestiva “Cabô, Meu Pai”, de Zeca Pagodinho.

Com um show que transitou por diversos momentos de sua carreira e fez referências importantes ao samba, D2 mais uma vez demonstrou por cerca de 1h15 de apresentação que sua música é fruto da fusão entre gêneros e culturas, deixando claro que, independentemente do tempo ou do gênero, sua proposta continua a mesma: unir, divertir e provocar reflexão.

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