Às 22h31 parte das luzes na praia de Copacabana se apagaram. “Vocês estão prontos? É hora do show”, anunciou Bob the Drag Queen, mestre de cerimônias que acompanha Madonna na “Celebration Tour”. A rainha do pop subiu ao palco montado na praia de Copacabana no Rio às 22h37, quase uma depois do horário anunciado pela organização, 21h45, com “Nothing Really Matters” e sob gritos intensos do 1,6 milhão de fãs nas areias cariocas, segundo a Riotur.
O show da “Celebration Tour” é dividido em sete atos, que passam por basicamente todas as fases da carreira da diva pop, e não foi diferente no Brasil. Foram quase duas horas de apresentação com muitos efeitos, coreografias, animação e interação de Madonna com a plateia. “Olhem, de um lado o mar. Lá, as montanhas. Tem o Cristo. Eu estou no meio do paraíso. Obrigado por me receberem”, disse a cantora de 65 anos.
Como em outros países, Madonna recebeu convidados. Anitta fez uma participação em “Vogue” e, ao lado de Madonna, interpretou uma jurada avaliando o desfile com plaquinhas com notas os looks e a perfomance dos dançarinos e de Estere, 11 anos, uma das filhas da dona da festa, que performou como DJ e dançarina nesta faixa —e recebeu nota 10 da funkeira brasileira.
“Eu me sinto honrada por você [Madonna] ter me convidado para ser parte desse momento. Você representa a liberdade de toda uma comunidade que, ontem, celebrou junta a sua vitória”, afirmou Anitta após o evento em post nas redes sociais.
Já Pabllo Vittar surgiu saltitante durante a versão brasileira de “Music”, com toques de integrantes de escola de samba, que deram uma nova roupagem para o hit. A drag queen do Maranhão carregou Madonna no colo, rebolou e ambas agitaram bandeiras do Brasil, durante uma performance que ainda contou com projeções no telão para homenagear personalidades como Marielle Franco, Pelé, Daniela Mercury, Mano Brown, Elza Soares, Maria Bethânia, Caetano Veloso e Fernanda Montenegro.
Outra série de homenagens vem em “Live to Tell”, quando são projetadas fotos de vítimas da Aids, como o Freddie Mercure, o grafiteiro Keith Haring, o fotógrafo Robert Mapplethorpe, além de Cazuza, Renato Russo e Betinho.
O palco era gigante, o que foi um desafio para transpor o cenário normal dos shows anteriores. Segundo a produção, foi o dobro das dimensões do cenário da turnê mundial: 812 m², com 24 m de frente e pé direto de 18 m, além de três passarelas por onde a artista andou e dançou.
No setlist figuraram ainda sucessos como “Erotica”, “Like a Prayer”, “La Isla Bonita”, “Die Another Day”, “Don’ Tell Me” e “Hung Up”.
Além de Estere Ciccone, outros dois filhos de Madonna participam de seu show. No piano em “Bad Girl”, vem sua filha Mercy James, 18 anos, enquanto na vez de “Like a Prayer” surge David Banda, 18 anos também, na guitarra, representando o cantor Prince, que tocou o instrumento na faixa que dá título ao quarto álbum da cantora pop, lançado em 1989, e na canção “Act of Contrition”.
Teve ringue com simulação de boxe, cama com veludo, beijos e coreografias sensuais em uma performance teatral e burlesca, com apoio essencial das imagens no telão. “Sou só uma garota de Michigan. Nada disso era para dar certo, mas deu, e cá estou. Lá se vão 40 anos de carreira”, disse.
De forma geral, o show parece ter atendido e muito as expectativas dos fãs. Uma grande festa com pista de dança aberta, enfatizando o sentimento de orgulho e de liberdade.
MADONNA NO BRASIL
O espetáculo de grandes proporções marcou o encerramento da turnê que comemorou 40 anos de carreira da cantora. Com ela, Madonna fez 80 shows em 13 países, começando por Inglaterra, em outubro do ano passado, e percorrendo territórios como Holanda, França, Portugal, Itália, Alemanha, Estados Unidos, Canadá e México.
A visita ao Brasil se deu por conta principalmente do Itaú, que contratou a americana para uma de suas campanhas publicitárias de celebração dos 100 anos.
Foi a quarta vez (1993, 2008 e 2012) que Madonna desembarcou no país para subir ao palco. O último show foi em 2012, quando passou em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. Mas a cantora fez sua estreia em terras brasileiras em 1993, ano em que reuniu 120 mil fãs no Maracanã, no Rio de Janeiro.
*A equipe do Portal Lineup assistiu ao show por convite da Deezer, player oficial do evento no Brasil