O BaianaSystem transformou o palco do festival João Rock em um verdadeiro ritual sonoro na madrugada deste domingo (15), em Ribeirão Preto (SP). A banda soteropolitana, penúltima atração do espaço principal, entregou uma performance multissensorial que uniu música, cultura, arte e ancestralidade, aquecendo o público para o encerramento do evento.
Antes mesmo do primeiro acorde, o cenário montado já indicava uma experiência que iria além da música. Um cerimonialista convidou o público a se aproximar e ficar atento, e a certeza se confirmou quando o espetáculo começou com “Céu Azul”, colocando todos com as mãos para o ar. A apresentação seguiu com “Cabeça de Papel”, que trouxe ao palco um personagem inspirado na canção, e o hit “A Mosca”, onde os vocais femininos de apoio ganharam destaque.
A energia explosiva do grupo, liderado pelo vocalista Russo Passapusso, se manifestou em faixas como “Reza Forte”, que contou com a participação especial do rapper BNegão, adicionando ainda mais peso e mensagem à performance. As raízes africanas e a cultura popular brasileira foram celebradas em “Balacobaco”, com imagens projetadas que narravam influências ancestrais. A figura mitológica do Saci também marcou presença no palco durante a música homônima, enquanto o público abria rodas para dançar.
Um dos momentos mais tocantes e singulares da apresentação foi a participação de um coral de crianças. Ao fim do show, os pequenos subiram ao palco para, junto com a banda, evocar a fé e a cultura de Salvador, criando uma cena de forte simbolismo e emoção, que ressoou com a proposta do BaianaSystem de conectar diferentes gerações e expressões artísticas.
Após sua própria apresentação impactante, o BaianaSystem ainda teve fôlego para retornar ao palco João Rock. O guitarrista Roberto Barreto e o vocalista Russo Passapusso se juntaram ao Planet Hemp para uma versão potente de “Dig Dig Dig (Hempa!)”, no show que encerrou o festival.
O João Rock 2025, que tomou este sábado (14), reuniu cerca de 60 mil pessoas e celebrou a música brasileira em seus quatro palcos. Além do BaianaSystem e Planet Hemp, o palco João Rock teve nomes como Natiruts, Rael e Nando Reis. O palco Brasil homenageou a black music com Tony Tornado, Sandrá Sá e Seu Jorge, enquanto o palco Aquarela teve Vanessa da Mata e Zélia Duncan, e o Fortalecendo a Cena destacou Duquesa e MC Cabelinho.
