Aos 95 anos e com uma energia contagiante, Tony Tornado foi uma das grandes atrações do palco Brasil no festival João Rock, neste sábado (14), em Ribeirão Preto (SP). O artista, um dos pioneiros da black music no Brasil, comandou um verdadeiro baile soul e funk, revisitando seus próprios sucessos e prestando uma vibrante homenagem a Tim Maia, acompanhado de seu filho, Lincoln Tornado, e da competente Banda do Síndico.
Nascido Antônio Viana Gomes em Mirante do Paranapanema (SP), em 26 de maio de 1930, Tony Tornado iniciou sua apresentação no João Rock com a força de clássicos de sua carreira como “Sou Negro” e “Me Libertei”. Acompanhado por Lincoln, que também herdou o talento e a presença de palco, ele mostrou que a idade é apenas um número, com sua voz potente e seus passos de dança característicos.
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O repertório seguiu com “Podes Crer, Amizade” e a icônica “BR-3”, canção que o consagrou ao vencer o Festival Internacional da Canção em 1970 e abriu as portas para o soul e o funk norte-americanos no Brasil. O público presente no palco Brasil respondeu com entusiasmo, cantando junto e celebrando a história viva da música brasileira.
Após essa primeira parte, o cantor, ator e ativista deixou o palco para que a Banda do Síndico, formada por músicos que acompanharam Tim Maia em diferentes fases de sua carreira, assumisse o comando. O grupo, liderado pelo vocalista Bruno Maia, fez uma viagem pela obra do “síndico do brasil”, com hits como “Do Leme ao Pontal”, “Vale Tudo”, “Primavera” e “Descobridor dos Sete Mares”.
O momento mais emocionante foi o retorno de Tony Tornado e Lincoln Tornado para, junto com a Banda do Síndico, interpretarem mais clássicos de Tim Maia. “Sossego” e “Festa de Santo Reis” empolgarem o público, encerrando a participação em grande estilo e mostrando a conexão profunda entre os artistas e o legado de Tim.
A presença de Tony Tornado, em um dos maiores festivais de música do país, reforça não apenas a importância de seu legado, mas também a atemporalidade da black music brasileira e sua capacidade de continuar emocionando e fazendo o público dançar através das gerações.
O palco Brasil, nesta edição do João Rock, foi dedicado a celebrar a black music nacional. Antes de Tony Tornado e da Banda do Síndico, o espaço recebeu shows da banda Black Rio com Cláudio Zoli e Carlos Dafé, e da cantora Sandra Sá, que revisitou seus sucessos. Após a homenagem a Tim Maia, foi a vez do Baile do Simonal e do Farofa Carioca com Paula Lima e Hyldon, encerrando com Seu Jorge.
O festival João Rock 2025 reuniu cerca de 60 mil pessoas no Parque Permanente de Exposições. No palco João Rock, o principal do evento, o público conferiu apresentações de Natiruts (em sua turnê de despedida), Planet Hemp, BaianaSystem, Nando Reis e Barão Vermelho, entre outros.
O palco Aquarela promoveu encontros como o de Zélia Duncan com Paulinho Moska, e shows de Vanessa da Mata e Ana Cañas. Já o palco Fortalecendo a Cena destacou novos talentos do rap e do trap nacional, como Duquesa, MC Cabelinho e Drik Barbosa.
