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I Wanna Be Tour: conheça os emos que tocam no festival

Evento reúne nomes como Simple Plan, Fresno e NX Zero em 5 cidades do Brasil

Vocalista Pierre Bouvier em show do Simple Plan na Vibra São Paulo (zona sul da capiltal paulista) | Giu Pera - 1°.mar.2024/Divulgação

Vocalista Pierre Bouvier em show do Simple Plan na Vibra São Paulo (zona sul da capiltal paulista) | Giu Pera - 1°.mar.2024/Divulgação

Quase três décadas após seu surgimento, em meados dos anos 1980, o emo está atualmente em sua quinta geração de bandas, mas o destaque deste ano no Brasil para esse estilo musical é a I Wanna Be Tour, que presta homenagem à terceira fase do gênero.

Esse período, que abrange praticamente todos os anos 2000, é conhecido por ter sido o auge comercial desse controverso movimento cultural na música pop, quando diversas bandas do gênero tiveram presença constante nas paradas de sucesso.

O festival itinerante, que passa por São Paulo (2/3, no Allianz Parque), Curitiba (3/3, no estádio Couto Pereira), Recife (6/3, na área externa do Centro de Convenções Pernambuco), Rio de Janeiro (9/3, no Riocentro) e Belo Horizonte (10/3, na Arena Independência), traz diversas atrações internacionais.

Simple Plan, A Day To Remember, The All-American Rejects, All Time Low, The Used, Asking Alexandria, Boys Like Girls, Mayday Parade e Plain White T’s compõem o nostálgico lineup, que ainda conta com NX Zero, Pitty e Fresno representando o Brasil.

Exceto pela banda Asking Alexandria, que surgiu em 2006 no Reino Unido, todas as atrações internacionais da IWBT são representativas da chamada “terceira onda do emo”, conforme reconhecido por fãs e especialistas no assunto.

“Na virada do milênio, bandas como Brand New e Taking Back Sunday pegaram os fundamentos do emo dos anos 90 e desenvolveram um estilo mais dramático. Esse novo tipo de emo evoluiu, como ocorre com quase todos os gêneros, do hip-hop ao heavy metal”, diz a escritora americana Taylor Markarian em seu livro “From The Basements”, lançado em 2019.

Baterista Chuck Comeau (esq.) e vocalista Pierre Bouvier em show do Simple Plan na Vibra São Paulo (zona sul da capiltal paulista) | Anna Lee - 1°.mar.2024/Divulgação
Baterista Chuck Comeau (esq.) e vocalista Pierre Bouvier em show do Simple Plan na Vibra São Paulo (zona sul da capiltal paulista) | Anna Lee – 1°.mar.2024/Divulgação

Bandas notáveis desta época incluem Thursday, Saves The Day, Jimmy Eat World, Fall Out Boy, My Chemical Romance, Paramore e Panic! At the Disco, que desempenharam, cada uma à sua maneira, papéis cruciais na transformação do emo em algo além de um estilo musical.

“Progressivamente, o emo passou a ser conhecido como uma escolha de moda e estilo de vida. A ênfase nesta nova estética visual é o que, no final das contas, se destacou na música e televisão mainstream. My Chemical Romance se tornaria os garotos-propaganda da visão mainstream do emo, quando, na realidade, esse foi o ponto de virada que muitas bandas emos, mais antigas, indicam como a decadência do gênero”, aponta Markarian.

O guitarrista e vocalista do Fresno, Lucas Silveira, que terá a responsabilidade de abrir os trabalhos da IWBT nas cinco datas do festival, vai além sobre a evolução que o emo teve ao longo dos anos.

“O emo hoje em dia é uma característica de som que pode ser encontrada em vários estilos musicais. Dentro da evolução do estilo, você tem o metalcore que tem muito de emo, o trap tem muito de emo, o post rock tem muito de emo”, afirma o músico.

Um dos destaques do gênero são os canadenses do Simple Plan, escalados como uma das principais atrações da I Wanna Be Tour.

Ativos desde 2000, eles foram os primeiros entre as atrações do festival a emplacar um hit na parada semanal da revista americana Billboard, com o single “I’d Do Anything”, de seu primeiro álbum, “No Pads, Just Helmets”, lançado em março de 2002.

A música entrou na parada que lista as 100 músicas mais tocadas nas rádios americanas quase um ano depois, em 15 de fevereiro de 2003, e permaneceu lá por 12 semanas. Mark Hoppus, baixista do Blink-182, contribuiu com alguns versos e participou do videoclipe de “I’d Do Anything”.

Outras duas canções do mesmo álbum também entraram na parada semanal:

  • “Addicted” permaneceu por 19 semanas e teve como melhor desempenho a 45ª posição
  • “Perfect” esteve por 20 semanas na parada, 11 delas no Top 40

Com o álbum seguinte, “Still Not Getting Any”, lançado em outubro de 2004, a banda conseguiu emplacar mais três músicas na lista semanal:

    • “Shut Up” ficou 2 semanas nas 99ª e 100ª posições
    • “Untitled” esteve por 16 semanas e teve o 49º lugar como melhor resultado
    • “Welcome To My Life” ficou 18 semanas entre novembro de 2004 e março de 2005

Outra atração da I Wanna Be Tour que viveu dias gloriosos nas paradas de sucesso foi o The All-American Rejects que, pela primeira vez, vai se apresentar no Brasil.

“Tive minha fase de gostar de The All-American Rejects, né? Tocava muito em festinha, o primeiro álbum deles tem singles pop fantásticos”, elogia Lucas Silveira.

Assim como o Simple Plan, a banda de Stillwater, em Oklahoma, nos Estados Unidos, também emplacou seis músicas na parada de sucessos da Billboard, mas com um desempenho mais impressionante.

“Dirty Little Secret” e “Move Along”, ambas do segundo álbum da banda, permaneceram no ranking da revista por incríveis 39 semanas entre 2005 e 2006. A primeira conseguiu entrar no Top 10 com um nono lugar por três semanas e atingiu o 48° lugar da lista anual de 2006.

Enquanto “Move Along”, segundo single e faixa-título do álbum, foi ainda mais longe ao ficar 29 semanas dentro do Top 40 e atingir o 21º lugar do ranking final daquele mesmo ano, uma posição abaixo de “I Write Sins Not Tragedies”, do Panic! At the Disco, considerado um dos maiores hits do emo no universo pop.

No ano seguinte, “It Ends Tonight”, terceiro single do mesmo álbum, frequentou a parada semanal da Billboard por 23 semanas de outubro de 2006 a março de 2007, sendo 18 delas entre as 40 mais populares. Passou uma semana na oitava e duas na 10ª colocação em janeiro de 2007, garantindo o 55º lugar no ranking anual daquele ano.

Em 2008, o The All-American Rejects voltaria às paradas da Billboard com a música pop “It Gives You Hell”. O primeiro single do álbum “When The World Comes Down”, lançado no mesmo ano, acabaria se tornando o maior hit da carreira do grupo que começou suas atividades em 1999.

A canção esteve na parada semanal por 36 semanas entre novembro de 2008 e agosto de 2009, tendo frequentado por 13 semanas o top 10, com direito a uma semana na quarta posição.

Naquele ano, o The All-American Rejects encerrou 2009 na décima posição da lista anual, atrás de nomes como Beyoncé, Taylor Swift, Lady Gaga e Kanye West.

Esta foi a última vez que uma banda de rock esteve com uma música entre as 10 mais relevantes da parada anual da Billboard. O grupo ainda emplacou “I Wanna”, do mesmo álbum, por duas semanas em 2009.

Seis anos antes, em 2003, o grupo estreou na parada semanal com “Swing, Swing”, que permaneceu na lista semanal da Billboard por 11 semanas naquele ano.

Fechando o pódio das bandas da IWBT com mais músicas na parada semanal da Billboard, temos o Boys Like Girls com cinco canções.

Uma delas, “Two Is Better Than One”, com a participação de Taylor Swift, que nunca negou gostar de várias bandas emos como Paramore, Fall Out Boy, Dashboard Confessional e o próprio Boys Like Girls.

“Ela falou algo sobre nós no ‘Wall Street Journal’, entramos em contato e nos tornamos amigos. A música já tinha sido produzida e gravada, mas queríamos deixá-la um pouco melhor. Pensamos que ela faria um trabalho incrível, a convidamos e ela concordou. Foi a coisa mais legal de todas”, disse o então guitarrista do BLG, Paul Digiovanni, em uma entrevista à revista americana Seventeen em dezembro de 2009.

A parceria entre Taylor e BLG chegou a atingir o 18º lugar da lista semanal da Billboard, tendo permanecido por 21 semanas no ranking entre setembro de 2009 e março de 2010, o que garantiu ao grupo a 72ª posição na parada anual da revista americana em 2010.

No ano anterior, a faixa-título “Love Drunk” também ficou na 72ª colocação da parada anual, com presença no ranking semanal por 20 semanas.

O desempenho foi semelhante ao de dois anos antes, em 2007, quando “The Great Escape”, do disco homônimo, atingiu a 77ª posição do ranking anual depois de ficar por 25 semanas na parada.

O primeiro álbum da banda ainda foi capaz de emplacar “Thunder” por 13 semanas entre julho e setembro de 2008, e “Hero/Heroine” por 17 semanas entre dezembro de 2007 e abril de 2008.

Outra atração da IWBT que também aproveitou a explosão do emo no mainstream foi o Plain White T’s, outro estreante em terras brasileiras.

Apesar de ter emplacado cinco músicas na parada semanal da Billboard, o grupo americano tem uma música em particular que teve um sucesso acima do normal, o que faz o Plain White T’s ser classificado por muitos como uma banda de 1 hit só.

“Hey There Delilah” foi lançada inicialmente como parte de um EP em 2006, e depois, em 2007, saiu como single do quarto álbum do Plain White T’s, “Every Second Counts”.

Durante 35 semanas, a música esteve no top 100 semanal da Billboard, com direito a 14 semanas no Top 10, e duas semanas no primeiro lugar.

O desempenho garantiu ao Plain White T’s o 7º lugar no ranking anual de 2007, atrás de nomes como Fergie, Gwen Stefani, Rihanna e Beyoncé.

Antes de “Hey There Delilah”, a música “Hate (I Really Don’t Like You)” colocaria o Plain White T’s pela primeira vez no ranking semanal. Foram 6 semanas entre novembro de 2006 e janeiro de 2007.

Posteriormente ao maior hit, outras três músicas do grupo também entraram na lista semanal:

  • “Our Time Now” ficou uma semana no ranking na 90ª posição em janeiro de 2008
  • “1, 2, 3, 4” esteve por 20 semanas na lista em 2009 e teve a 34ª colocação como melhor desempenho em 2009
  • “Rhythm of Love” ficou por 21 semanas entre 2010 e 2011 e teve o 38º lugar como melhor resultado

Das nove atrações internacionais da IWBT, apenas o Asking Alexandria e o Mayday Parade não tiveram músicas no ranking da Billboard. Os americanos do All Time Low, por exemplo, emplacaram duas músicas na parada, mas uma delas foi apenas em 2021.

“Monsters” faz parte do oitavo disco de estúdio da banda de Baltimore, em Maryland, nos Estados Unidos, e conta com a participação de Demi Lovato e do rapper emo Blackbear. A canção esteve por 17 semanas no ranking semanal da Billboard, entre janeiro e maio daquele ano.

Mais de uma década antes, em 2009, a banda ficou por uma semana na lista na 67ª colocação com “Damned If I Do Ya (Damned If I Don’t)”, do terceiro álbum da banda, “Nothing Personal”, lançado no mesmo ano.

Clássicos como “Weightless”, do mesmo álbum, e “Dear Maria, Count Me In”, do disco anterior “So Wrong, It’s Right”, de 2007, não ficaram nenhuma semana nas paradas, mas estão entre as 3 mais ouvidas do grupo no Spotify com centenas de milhões de plays.

Diretamente de Utah, um dos locais mais conservadores dos Estados Unidos, o The Used emplacou apenas uma música na parada da Billboard que, na verdade, é a regravação do clássico do Queen “Under Pressure”, com a participação do My Chemical Romance.

A parceria surgiu espontaneamente durante a turnê “Taste of Chaos”, uma espécie de Warped Tour de inverno, em 2004, onde as duas bandas eram as principais atrações.

A história é relatada no livro “Where Are Your Boys Tonight?: The Oral History of Emo’s Mainstream Explosion 1999-2008”, escrito pelo jornalista Chris Payne e lançado em junho do ano passado.

“Me lembro de conversar com Gerard – vocalista do MCR – sobre fazer nossa versão de “Under Pressure” na turnê. E sobre como seria legal viver nessas vozes, ser Freddie Mercury e David Bowie”, conta no livro o vocalista do The Used, Bert McCracken.

A banda tinha como costume tocar a música no bis dos shows da turnê e convidava os integrantes do My Chemical Romance para acompanhá-los ao vivo.

A gravação de estúdio da canção esteve por 3 semanas entre as 100 mais vendidas e ouvidas da Billboard, em abril e maio de 2005. Apesar disso, a música virou motivo de desentendimento entre as duas bandas.

“Havia uma polêmica porque o The Used gravou ‘Under Pressure’ para ajudar às vítimas do tsunami. Depois, o manager do The Used disse que relançaria o álbum da banda com ‘Under Pressure’ como faixa bônus, mas isso nunca fez parte do acordo com o MCR”, disse a então responsável pelo merchandise do My Chemical Romance, Kate Truscott.

Baterista do The Used à época, Branden Steineckert, relatou a Chris Payne que o problema para um relançamento conjunto era que o MCR não queria ficar conhecido pela gravação de um cover.

O show da banda americana, que volta ao Brasil depois de 12 anos desde a última passagem, é o mais esperado por Lucas Silveira entre todos da IWBT.

“O The Used é uma banda que influenciou muitas bandas no Brasil quando o emo ainda estava no underground por aqui, por volta de 2002. Só que ninguém se via muito capaz de incorporar aquelas referências porque era um som muito técnico, um vocal muito agudo, muito gritado, eram muitas coisas novas ao mesmo tempo”, diz.

Quem fecha a lista de bandas da IWBT presentes no chamado Hot 100 semanal da Billboard é o A Day To Remember com uma música que não foi lançada exatamente por eles, mas pelo DJ americano Marshmello.

“Rescue Me” foi lançado como um single em 2019 pelo DJ de música eletrônica e ficou por uma semana na 92ª posição do ranking semanal da revista americana. Apesar da canção ser um híbrido de rock com eletrônico, a banda costuma apresentar a faixa ao vivo nos shows.

FRESNO E O ‘REVIVAL’ EMO

Na opinião de Lucas Silveira, a produção da I Wanna Be Tour foi muito feliz na escolha do lineup do festival, mas destaca que esse momento nostálgico em relação ao emo pode ser cruel com bandas que nunca pararam de tocar, como o Fresno.

“A gente percebe de dois anos pra cá que surgiu um novo público falando para a gente tocar as músicas mais antigas. A gente é muito bem resolvido com as músicas velhas, nosso show tem vários clássicos, mas parece que a volta do NX Zero criou uma pressão de que nós também temos que fazer uma ‘volta’, mas voltar do quê?”, questiona Lucas.

O guitarrista e vocalista do Fresno sabe da importância que o passado tem na história da banda e reconhece que o revival emo tem sido positivo. Apesar disso, ele explica que a intenção do grupo é continuar seguindo em frente.

“A gente tem isso [o momento revival] na nossa manga, a gente tem músicas pra fazer a galera se lembrar daqueles tempos, mas pra nós é muito importante ter algo novo para apresentar para o público”, diz o líder do Fresno.

“Eu acho que a nossa carreira não é tão linear a ponto de se respeitar esses momentos que fogem ao nosso controle, como é o revival do emo. Nós vamos curtir esse momento, até porque nós somos representantes disso no Brasil, mas a gente pede atenção para as músicas novas”.

Diante desse contexto, o Fresno lançou em novembro do ano passado o sugestivo single “Eu Nunca Fui Embora”, o primeiro do novo álbum da banda que será lançado ainda este ano.

“Eu acho que a gente consegue brincar com essa viagem no tempo, a gente consegue brincar com auto-referência, afinal, já são 10 discos lançados. Então, será um disco bastante familiar para quem gosta do ‘Fresnão’ clássico”, diz Lucas.

Horários dos shows
11h – Fresno
11h53 – Plain White T’s
12h46 – Mayday Parade
13h49 – Pitty
14h52 – Boys Like Girls
15h55 – Asking Alexandria
16h58 – The Used
18h01 – All Time Low
19h04 – The All American Rejects
20h07 – NX Zero
21h10 – A Day to Remember
22h13 – Simple Plan

 

I Wanna Be Tour 2024

SÃO PAULO 
Quando: 2 de março
Onde: Allianz Parque (av, Francisco Matarazzo, 1.705, Água Branca, São Paulo, SP)
Quanto: R$ 140 a R$ 820
Mais informações: eventim.com.br

CURITIBA
Quando: 3 de março
Onde: estádio Couto Pereira (rua Ubaldino do Amaral, 63, Alto da Glória, Curitiba, PR)
Quanto: R$ 140 a R$ 820
Mais informações: eventim.com.br

RECIFE
Quando: 6 de março
Onde: área externa do Centro de Convenções Pernambuco (av. Prof. Andrade Bezerra, s/n, Salgadinho, Recife, PE)
Quanto: R$ 190 a R$ 650
Mais informações:eventim.com.br

RIO DE JANEIRO
Quando: 9 de março
Onde: Riocentro – área externa (av. Salvador Allende, 6.555, Camorim, Rio de Janeiro, RJ)
Quanto: R$ 190 a R$ 650
Mais informações: eventim.com.br

BELO HORIZONTE
Quando: 10 de março
Onde: Arena Independência (rua Pitangui, 3.230, Horto, Belo Horizonte, MG)
Quanto: R$ 190 a R$ 650
Mais informações: eventim.com.br

Sideshow Simple Plan + NX Zero
Quando: 1º de março
Onde: Vibra São Paulo (av. Nações Unidas, 17.955, Vila Almeida, zona sul, São Paulo, SP)
Quanto: R$ 75 a R$ 780
Mais informação: eventim.com.br