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Gilberto Gil revisita carreira e emociona em estreia da turnê de despedida em Salvador

Cantor baiano se apresentou com a tour de despedida na capital de seu estado neste sábado (15); músico vai passar por 10 capitais brasileiras

Por Redação
17.mar.2025 às 15h10

Atualizado em: 17.mar.2025 às 15h10

Sob o signo de “Tempo Rei”, a noite de sábado (15) em Salvador se transformou em um palco de memórias e celebração, com a estreia da turnê de despedida de Gilberto Gil. Longe de ser um adeus melancólico, a apresentação se revelou um mergulho vibrante na trajetória de um dos maiores nomes da música brasileira, que decidiu se despedir das grandes turnês, mas não do palco.

Como um rio que deságua em um mar de canções, a noite se abriu com “Palco”, canção de 1980 que ironicamente o reabilitou a seguir com a carreira. Vestindo uma camisa vermelha com estampas tropicais, o artista sinalizou que seus 82 anos não representariam uma aposentadoria. “Uma despedida dos grandes espetáculos, que já venho fazendo há mais de 60 anos. Estarmos aqui juntos é o sentido profundo de ter me dedicado, nós termos nos dedicado, a essa longa carreira”, declarou emocionado.

O repertório, com duração de 2h30, foi concebido como uma jornada cronológica através da vasta obra do cantor. Clássicos como “Tempo Rei”, “Eu Vim da Bahia”, “Domingo no Parque”, “Cálice” e “Aquele Abraço” se revezaram com canções menos óbvias, revelando a diversidade e a riqueza da produção do artista.

A interpretação de “Cálice”, com um vídeo de Chico Buarque e imagens da ditadura militar no telão, foi um dos momentos mais impactantes da noite, assim como a homenagem a Gal Costa, com trechos de “Baby” e “Vaca Profana”. As participações especiais de Russo Passapusso e Margareth Menezes também abrilhantaram a apresentação.

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A produção do show foi grandiosa, com fogos de artifício, efeitos visuais e um telão de LED de alta definição que exibia imagens e vídeos em diálogo com as músicas. O cantor, que sempre se caracterizou por sua capacidade de absorver e ressignificar diferentes influências musicais, mostrou que sua obra permanece relevante e capaz de emocionar.

A canção “Tempo Rei”, lançada em 1984, não apenas dá nome à turnê, mas também reflete a essência da despedida de Gil dos palcos em grandes eventos. A letra da música, com seus versos que exploram a relação do ser humano com o tempo, a transitoriedade da vida e a busca pela permanência, dialoga com a decisão do artista de encerrar um ciclo e iniciar uma nova fase em sua carreira. “Tempo Rei” é, portanto, uma metáfora para a jornada de Gilberto Gil, um artista que sempre se reinventou e que agora convida o público a celebrar o tempo vivido e a eternidade de sua música.

A noite em Salvador foi um testemunho da capacidade do cantor de se reinventar e de se conectar com o público, independentemente da idade ou da geração. A música, para ele, é um instrumento de transformação e de celebração da vida, e seus shows são um convite para que o público se junte a ele nessa jornada.

A turnê passará por 10 cidades, com 18 shows agendados, incluindo Rio de Janeiro (30/3, 5 e 6/4, 31/5 e 1/6), São Paulo (11, 12, 25 e 26/4), Brasília (7/6), Belo Horizonte (14/6), Curitiba (5/7), Belém (9/8), Porto Alegre (6/9), Fortaleza (15/11) e Recife (22/11), com entradas à venda em diversas praças no site da Eventim. A despedida dos grandes palcos é um marco na história da música brasileira, e seus shows são uma oportunidade única de celebrar a trajetória de um artista que transcende gerações.

Essa despedida também é um presente para os fãs, que terão a oportunidade de reviver momentos marcantes de sua carreira e de se emocionar com sua música atemporal. A cada show, o artista reafirma seu lugar como um dos maiores nomes da música brasileira, um mestre da canção que continua a nos inspirar com sua arte e sua mensagem de esperança e amor.