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Gabriel, o Pensador faz ‘festa da música’ com Mano Brown, Lulu Santos e Jorge Ben Jor; veja fotos

Gravação de DVD acústico no Rio de Janeiro reuniu ícones de diferentes gerações e gêneros da música brasileira

4.dez.2025 às 21h05

Atualizado em: 4.dez.2025 às 21h05

Para celebrar 33 anos de uma carreira marcada pela crônica social afiada, Gabriel, o Pensador transformou o palco da Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, em um grande encontro da música brasileira na noite desta quarta-feira (3). O show, que marcou a gravação de seu primeiro DVD acústico, foi uma grande festa de encontros, com um desfile de convidados que atravessou a história da música brasileira.

A noite foi uma verdadeira “Festa da Música”, como sugere a canção de 1997 do álbum “Quebra-Cabeça”, que ele cantou ao lado do trio Os Garotin. A celebração foi marcada por encontros que uniram diferentes gerações e vertentes, do rap ao reggae, do pop ao rock.

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Um dos momentos centrais foi o encontro de ícones do rap nacional. Pela primeira vez em um registro oficial, Gabriel dividiu o palco com Mano Brown. Juntos, eles cantaram “Pátria que me Pariu” e emendaram com o hino dos Racionais MC’s, “Capítulo 4, Versículo 3”. A conexão com a história do rap carioca foi reforçada pela presença de MV Bill, que dividiu os vocais na clássica “Lavagem Cerebral”.

Representando a nova geração de rimadores, Xamã se juntou a Gabriel e Lulu Santos na premiada “Cachimbo 2”, enquanto Rael participou de “Caminhando a Pé”. O produtor Papatinho comandou um bloco inteiro do show, com faixas como “No Ritmo, no Tempo” e “Chega!”.

Além das rimas, a noite celebrou outras sonoridades. A parceria de longa data com Lulu Santos foi um destaque, com as performances de “Astronauta” e do hino “Cachimbo da Paz”. O reggae do Cidade Negra, representado pela voz de Toni Garrido, marcou presença em “Lilás”, enquanto o surf music de Armandinho embalou “Liberdade”. O palco também recebeu Jota.pê em “Mandei Avisar” e o músico Ventania em “Marasmo”.

Com um repertório de 34 músicas, o espetáculo acústico foi uma viagem por mais de três décadas de história. A carreira de Gabriel começou de forma explosiva em 1992, com o compacto censurado “Tô Feliz, Matei o Presidente”. Desde então, o artista se consolidou como uma voz que mescla o rap com a sagacidade jornalística, empilhando sucessos que se tornaram crônicas de seu tempo, como “2345meia78” e o hino “Retrato de um Playboy”.

Gabriel, o Pensador em show de gravação de DVD para celebrar 33 anos de carreira, na Fundição Progresso, no centro do Rio de Janeiro | 3.dez.2025/Divulgação

O formato acústico deu novas nuances às canções, que foram executadas por uma banda robusta com naipe de metais e coros. O repertório ainda incluiu uma homenagem ao rock nacional com a cover de “Zóio de Lula”, do Charlie Brown Jr.

Um dos momentos de maior emoção foi a performance de “Muito Orgulho, Meu Pai”, canção que o rapper escreveu para seu pai, que morreu em 2021. Para tornar o tributo ainda mais especial, Gabriel cantou a música ao lado de seu filho, Davi. “Sempre fico com o olho cheio d’água no final. É forte”, disse o artista em entrevista recente ao jornal O Globo.

O encerramento foi uma celebração à parte, com Gabriel recebendo o mestre Jorge Ben Jor para uma versão de “Solitário Surfista”, sucesso que os dois gravaram juntos para o álbum “Sem Crise” (2012).