A diversidade melódica que ecoa dos tambores e das cordas brasileiras encontrou seu palco de celebração na primeira edição do festival Isso É Samba. Uma jornada musical de quase 12 horas no parque Villa-Lobos, em São Paulo, mesclou gerações e reuniu expoentes como Jorge Aragão, Leci Brandão, o grupo Fundo de Quintal e Diogo Nogueira.
Um dos momentos mais aguardados foi a apresentação de Jorge Aragão. O sambista levou aos fãs um repertório que percorre seis décadas com “Vou Festejar”, “Moleque Atrevido” e “Doce Amizade”. “Podemos imaginar que esse movimento está nos levando para um outro quintal… Estou muito feliz de trazer músicas com mais de 60 anos de estrada e que ainda fazem sucesso”.
Outro grande momento foi a performance do Fundo de Quintal, celebrando 45 anos com a participação especial de Sombrinha, Cleber Augusto e Ronaldinho, revisitando canções imortais como “O Show Tem que Continuar” e “A Amizade”.
Mais cedo, a atmosfera de celebração deu lugar a um instante de apreensão durante a apresentação de Leci Brandão. A cantora de 80 anos, um ícone da música nacional, passou mal e precisou de atendimento médico. Segundo sua equipe, ela “teve um pico de pressão e um consequente mal súbito”. Após ser levada ao hospital, passou por exames e teve alta ainda na noite de sábado (12). Antes do ocorrido, Leci presenteou o público com sua interpretação marcante de canções como “Zé do Caroço”.

Dando sequência à programação, Diogo Nogueira subiu ao palco e animou a plateia com sucessos como “Pé na Areia”, “Clareou” e “Alma Boêmia”.
O festival também dedicou espaço para celebrar a trajetória do grupo Façanha, que completou 30 anos de carreira. Formado por Cauique (voz), Jhow (tantã) e Jair (cavaco), a banda trouxe sua energia e sua leitura particular do samba e do pagode, evidenciando sua contribuição para a cena musical paulistana. Cauique, por exemplo, é um dos responsáveis pela composição de sucessos como a própria “Pé na Areia”, interpretada por Diogo Nogueira.
Além dos grandes nomes, o festival abriu espaço para a nova geração do samba paulistano, com apresentações de artistas como Samba do Tatu, Pagode da 27 e Thiago Bispo. Esses shows mostraram a vitalidade e a renovação do gênero na capital.
Nos bastidores, a energia da música promoveu um encontro de gerações e estilos, com a presença de músicos como Arlindinho, Fabio Brazza e Só Preto, que acompanharam as diversas apresentações.