Uma viagem no tempo movida a guitarras distorcidas, refrãos chicletes e muita pirotecnia. Foi assim que o Fall Out Boy encerrou a segunda edição do festival I Wanna Be Tour na noite deste sábado (30), no Allianz Parque, em São Paulo. Headliner do palco It’s Not a Phase, o quarteto de Chicago entregou um espetáculo que celebrou seu legado no emo e pop punk, sem deixar de lado a maturidade de seu trabalho mais recente, “So Much (For) Stardust” (2023).
O setlist foi um desfile de hinos que definiram uma geração, como “Sugar, We’re Goin Down”, “Dance, Dance” e “This Ain’t a Scene, It’s an Arms Race”. A fase mais experimental da banda, que marcou seu retorno em 2013, também teve destaque com “My Songs Know What You Did in the Dark (Light Em Up)” e a explosiva “The Phoenix”, momento em que o baixo de Pete Wentz se transformou em um lança-chamas.
A produção visual foi um show à parte. Cada música contou com uma cenografia própria, com referências a clipes e à estética de cada álbum. Durante “Uma Thurman”, por exemplo, cenas do filme “Kill Bill” tomaram o telão, enquanto faixas do álbum “Folie à Deux” (2008), como “I Don’t Care”, contaram com um cenário inflável que recriava sua icônica capa.
Apesar de ter sido considerado um “patinho feio” na época de seu lançamento, o que contribuiu para o hiato da banda, o álbum “Folie à Deux” foi o mais representado na noite. Um dos momentos mais bonitos da apresentação veio com “What a Catch, Donnie”, com o vocalista Patrick Stump sozinho ao piano, mostrando sua potência vocal. Emendando “Golden” e a faixa-título do novo disco, ele criou uma atmosfera intimista em meio à grandiosidade do estádio.
Como presente aos fãs, a música “randômica” da noite, escolhida por uma “Bola 8 Mágica” no telão, foi a lado B “Headfirst Slide Into Cooperstown on a Bad Bet”, também de “Folie à Deux”, provando que o tempo fez bem ao disco. Clássicos do álbum de estreia, “Take This to Your Grave” (2003), como “Grand Theft Autumn/Where Is Your Boy” e “Saturday”, também marcaram presença.
Formado em 2001, o Fall Out Boy é composto por Stump, Wentz (baixo), Joe Trohman (guitarra) e Andy Hurley (bateria). Trohman, afastado para cuidar da saúde, foi substituído pelo guitarrista Max Bernstein nesta turnê.
A apresentação em São Paulo encerrou uma série de três shows da banda no Brasil. O grupo se apresentou em Curitiba (22/8), também no festival, e na quarta-feira (27) no Rio de Janeiro, na Farmasi Arena, ao lado de Yellowcard e Story of the Year.
A noite no Allianz Parque também foi marcada pelo aguardado retorno do Good Charlotte ao Brasil após 20 anos. A banda fez um show repleto de hits no palco It’s a Lifestyle e o vocalista Joel Madden prometeu uma nova turnê pelo país em 2026. Mais cedo, o Yellowcard emocionou com seu violino característico e clássicos do álbum “Ocean Avenue”.
No palco It’s a Lifestyle, o público curtiu ainda as apresentações do duo australiano The Veronicas, da banda The Maine, do pop punk do Neck Deep e do show de reunião do Fake Number. Representando o Brasil, o Fresno, promovido a headliner nacional nesta edição, fez um dos shows mais celebrados da noite.
Já It’s Not a Phase, onde o Fall Out Boy encerrou os trabalhos, recebeu também a energia contagiante do Forfun, o peso do Dead Fish e a performance do Story of the Year.
A segunda edição da I Wanna Be Tour reuniu 45 mil pessoas, segundo a organização, e se consolidou como uma grande celebração da cultura emo e pop punk, unindo bandas que definiram uma geração e novos nomes da cena.
