Paul McCartney, em bom português, agradeceu ao público brasileiro após dois shows com um Allianz Parque, na capital paulista, lotado na terça (15) e na quarta (16). “Que público, São Paulo! Vocês sabem como festejar a vida. Obrigado! Essa festa foi foda demais”, disse em seu perfil no Instagram.,
Aos 82 anos, o artista britânico entregou ao público, de 47 mil pessoas em cada dia, duas performances de aproximadamente 2h40 e 37 clássicos no repertório. Setlists que pouco variaram e contaram com “Can’t Buy Me Love”, “Love Me Do”, “Ob-La-Di, Ob-La-Da”, “Get Back”, “Let It Be”, “Live and Let Die”, “Hey Jude” e “I’ve Got a Feeling”, que faz um dueto com John Lennon reproduzido no telão.
Foi da guitarra ao piano, passando pelo ukelele, violão e bandolim. Cantou, dançou e gastou mais uma vez seu português como é de costume. “Boa noite, São Paulo”, “o pai tá on”, “só os manos”, “só as minas”, “essa música escrevi para a minha amada esposa, Nancy” são alguns exemplos. Muita simpatia para se entrosar com a plateia e fazer jus à piada de que devem dar um CPF a ele.
Afinal, é a 11ª vez que o músico de Liverpool excursiona por aqui para eventos. Sua estreia foi em 1990 com um show no Maracanã e ainda voltou nos seguintes anos: 1993, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2017, 2019 e 2023. Em sua última passagem, o cantor fez nove shows em cinco cidades em novembro e dezembro, incluindo uma performance surpresa no Clube do Choro, em Brasília. Além de Brasília, sir Paul tocou em São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, onde subiu ao palco do Maracanã em 16 de dezembro, reunindo 66 mil pessoas no recinto.
Com o show de sábado (19), no estádio da Ressacada, em Florianópolis, Paul vai chegar ao seu 40º show no Brasil. Com isso, o país parece em terceiro lugar no ranking de locais mais visitados pelo cantor para se apresentar, ao lado da Alemanha, e atrás de Estados Unidos (381 shows) e Reino Unido (118), de acordo com levantamento da Folha baseado no site colaborativo Setlist.fm, considerando os compromissos a partir de 1982, quando se separou da sua última banda, o Wings.
Sir Paul inclusive ganhou um presente nesta quarta (16): uma camisa da seleção brasileira autografada por Pelé: “Paul, mantenha a bola rolando. Eu te amo. Pelé”.
A relíquia, assinada por Edson Arantes do Nascimento em 2019, era para ser um presente quando Paul estava em turnê por aqui naquele ano. Mas, infelizmente eles não tiveram a chance de se encontrar. Cinco anos depois, empresário de longa data do Rei do Futebol, Pepito Fornos, junto com a irmã do jogador, Luiza Nascimento, assumiram a missão de garantir que a camisa fosse entregue ao seu legítimo dono. “Um tesouro”, disse Paul McCartney ao recebê-la.
Para acompanhá-lo, a banda com os fieis escudeiros com quem costuma viajar: Paul “Wix” Wickens (teclados), Brian Ray (baixo/guitarra), Rusty Anderson (guitarra) e o supercarismático Abe Laboriel Jr. (bateria), com suas dancinhas tradicionais.
Sir Paul iniciou a turnê “Got Back” na América Latina em 1° de outubro no estádio Centenário de Montevidéu, no Uruguai. Os 50 mil fãs presentes no recinto presenciaram uma performance de três horas de duração, com um repertório de 37 músicas. Entre elas, para abrir, “A Hard Day’s Night”, “Blackbird”, “Ob-La-Di, Ob-La-Da”, “Let It Be” e “Hey Jude”, além da faixa “Now And Then”, tocada pela primeira vez ao vivo nesta turnê e considerada “a última música dos Beatles”. A canção escrita e cantada por John Lennon, guardada por mais de quatro décadas, foi lançada em novembro de 2023, com ajuda de inteligência artificial para recriar o timbre do vocalista morto em 1980.
O artista também já passou por Argentina (5/10, no estádio do River Plate, Buenos Aires) e pelo Chile (11/10, estádio Monumental, Santiago). Depois, o cantor vai a países como Peru (27/10, no estádio Nacional, em Lima), Costa Rica (5/11, no estádio Nacional, San José) e México (8/11, no estádio BBVA, Monterrey).
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