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Emicida e Rashid citam versos de Belchior em ato contra ‘PEC da Bandidagem’; veja

Avenida Paulista reúne ainda Agnes Nunes, Salgadinho e Leoni em manifestação com shows neste domingo (21)

Rappers Rashid (esq.) e Emicida em trio elétrico na avenida Paulista, em São Paulo, em ato contra anistia e "PEC da Bandidagem" | 21.set.2025/Reprodução
Rappers Rashid (esq.) e Emicida em trio elétrico na avenida Paulista, em São Paulo, em ato contra anistia e "PEC da Bandidagem" | 21.set.2025/Reprodução

Os rappers Emicida e Rashid foram os destaques da manifestação contra a chamada “PEC da Bandidagem” na avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (21). Juntos, os artistas fizeram rimas de improviso e entoaram versos de “Sujeito de Sorte”, de Belchior – canção que Emicida sampleou em seu hit “AmarElo”. “Nunca se esqueçam: essa cidade é nossa”, disse Emicida ao público presente.

O ato na capital paulista, que teve concentração em frente ao Masp, contou ainda com as presenças de Otto, Dexter, Marina Lima, Jota.pê, Agnes Nunes, Leoni, Salgadinho, Curumin e Nando Reis, entre outros, transformando o protesto em um grande festival de vozes diversas.

O principal alvo dos protestos é a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) nº 3/2021. Apelidada de “PEC da Bandidagem” por artistas e movimentos sociais, a proposta, já aprovada na Câmara, dificulta a investigação de parlamentares, exigindo autorização prévia do Legislativo para a abertura de processos criminais.

As manifestações, convocadas às pressas pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular (que reúnem movimentos como MST e MTST), também se posicionaram contra a anistia para os condenados pelos ataques de 8 de Janeiro. Os atos aconteceram em mais de 30 cidades.

No Rio de Janeiro, um encontro histórico reuniu Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e Djavan em um ato musical em Copacabana, que atraiu uma multidão. Em Salvador, Daniela Mercury comandou um trio com a participação do ator Wagner Moura e de Baco Exu do Blues.

Segundo estimativas do Monitor do Debate Político do Cebrap/USP (Universidade de São Paulo), o público na avenida Paulista foi de 42,4 mil pessoas, número similar ao de manifestações bolsonaristas recentes no mesmo local. A presença dos artistas foi vista pela organização como fundamental para ampliar o alcance dos protestos.

“Esses artistas alcançam públicos que nós, dos movimentos sociais e populares de esquerda, não alcançamos”, afirmou Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares.

A união de tantos nomes da música em diversas capitais remete a momentos históricos de engajamento da classe artística na política brasileira, reforçando a importância da cultura como ferramenta de mobilização social.

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