As comemorações dos 50 anos de carreira de Djavan começam com música nova. O artista lança nesta terça-feira (11) seu 26º álbum de estúdio, “Improviso”, que chega às plataformas digitais antes de uma grande turnê comemorativa em 2026, intitulada “Djavanear 50 anos – Só Sucessos”.
A nova série de shows tem início no dia 9 de maio de 2026, no Allianz Parque, em São Paulo, e percorrerá arenas e estádios de todas as regiões do país, com encerramento previsto para 5 de dezembro de 2026, em sua cidade natal, Maceió.
Com 12 canções, “Improviso” aprofunda a temática do amor sob a ótica do inesperado. “Ir atrás do amor é um jazz”, diz o compositor na faixa “Um Brinde”. Produzido pelo próprio artista, o trabalho é o primeiro de Djavan lançado em Dolby Atmos, tecnologia de áudio que distribui o som em um espaço tridimensional para criar uma experiência imersiva ao ouvinte, e também ganhará uma edição em vinil.
“É uma necessidade biológica, física e psicológica, preciso escrever e fazer periodicamente novas canções. Quando termino uma turnê, exausto, só uma música nova me salva”, diz ele em entrevista ao UOL.
Entre as faixas de “Improviso”, uma em especial resgata uma história curiosa guardada por quase 40 anos. Após um convite do produtor Quincy Jones para compor para o álbum “Bad”, de Michael Jackson, Djavan criou a melodia de “Pra Sempre”. “Não acreditei muito e não mandei em tempo hábil. Só mandei por insistência dos meus filhos, oito meses depois”, conta o cantor à Folha de S. Paulo. A música, que não entrou no disco do Rei do Pop, ganha agora uma nova letra, em homenagem ao ídolo.
A memória de Gal Costa, que morreu em 2022, é a força motriz por trás da única regravação do disco. Djavan traz sua própria voz para “O Vento”, parceria com Ronaldo Bastos de 1987, que se tornou um sucesso na interpretação da amiga. “Foi quem mais gravou e entendeu as minhas músicas. A Gal era muito musical”, afirma.
“Improviso” é o primeiro álbum de inéditas desde “D”, de 2022, que gerou uma bem-sucedida turnê que rodou o Brasil e o mundo. Recentemente, o artista lançou o single “Um Brinde” e, em uma ação inédita, convidou os fãs a participarem de seu processo criativo no TikTok.
A sonoridade única, que muitos descrevem como “estranha” ou “djavânica”, é vista pelo artista com tranquilidade. “Não dá para conceber um artista tão popular como eu, estranho. Estranhos são os outros”, afirma. “O que eu faço, só eu faço. Quem gosta de Djavan só pode buscar Djavan em mim”.
Essa trajetória de afirmação de um estilo próprio, segundo ele, foi moldada por questões profundas. “Era muito tímido também por causa da minha condição de ser negro”, revela à Folha. “Minha mãe dizia que nem todos os espaços são feitos para negros. Jamais diria isso para meus filhos. Eles têm de ir onde quiserem”.
O processo criativo do alagoano, por vezes, beira o místico, como no caso de um de seus maiores sucessos. “Fui ao hotel e sonhei com a música [‘Samurai’]. No dia seguinte, já levei pronta. Tudo na vida é motivação. Eu ia deixar passar isso, o Stevie Wonder?”, recorda sobre a parceria com o ícone norte-americano.

A nova jornada pelos palcos, “Djavanear 50 anos”, terá direção artística de Gringo Cardia e um repertório que unirá as novas composições aos grandes sucessos da carreira. “Eu tenho uma discografia muito visitada. O meu lado B quase todo mundo conhece. Vou fazer esse show visando mais esses hits para colocar em voga toda uma trajetória que eu considero bem-sucedida”, explica ao UOL.
O tamanho da tour, com apresentações em estádios para até 40 mil pessoas, não o assusta. “Tem uma logística própria para lidar com aquele cenário, mas a gente está acostumado com isso já. Então, acho que vou tirar de letra”.
As apresentações celebrarão o marco contado a partir do lançamento de seu primeiro álbum, “A Voz, o Violão, a Música de Djavan”, de 1976.
Turnê ‘Djavanear 50 Anos – Só Sucessos’
- 9 de maio – São Paulo – Allianz Parque
- 23 de maio – Salvador
- 30 de maio – Fortaleza
- 13 de junho – Curitiba
- 27 de junho – Brasília
- 18 de julho – Belo Horizonte
- 1º de agosto – Rio de Janeiro
- 29 de agosto – Florianópolis
- 24 de outubro – Belém
- 31 de outubro – Recife
- 5 de dezembro – Maceió



