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Dexter faz show com Edi Rock, revisita 35 anos de rap e celebra 14 anos de liberdade

Amigos de longa data celebram trajetória do Oitavo Anjo no rap com hits e histórias no Sesc 14 Bis

Edi Rock (esq.) e Dexter em show do integrante do Racionais MC's na Audio, em São Paulo | Leandro Godoi - 22.set.2023/Divulgação
Edi Rock (esq.) e Dexter em show do integrante do Racionais MC's na Audio, em São Paulo | Leandro Godoi - 22.set.2023/Divulgação

O rap nacional tem encontro marcado neste fim de semana em São Paulo. Dexter, o Oitavo Anjo, sobe ao palco do Sesc 14 Bis para duas noites especiais, neste sábado (3) e no domingo (4), com shows que celebram seus 35 anos de uma trajetória intensa e inspiradora no hip-hop e também marcam os 14 anos desde que deixou a prisão –ou exílio, como costuma dizer. Para tornar a ocasião ainda mais especial, ele recebe Edi Rock, do Racionais MC’s, seu amigo e padrinho musical.

As apresentações acontecem logo após Dexter presentear os fãs com “D’Luxo”, um álbum que revisita seus clássicos compostos de 1999 a 2002. Com produção refinada de Tropkillaz (Laudz e Zegon), faixas como “Saudades Mil”, “Oitavo Anjo” e “Triagem” ganharam novas texturas sonoras, provando a atemporalidade de suas mensagens. O disco serve como uma ponte entre o passado e o presente do artista.

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O rapper define o trabalho em “D’Luxo” como uma modernização respeitosa: “Em clássico não se mexe”, afirma. O objetivo, segundo ele, foi aprimorar a qualidade do som, realçar timbres e regravar vozes, oferecendo uma nova experiência auditiva para hinos que marcaram gerações. O álbum inclui ainda narrações inéditas que contextualizam suas vivências.

Marcos Fernandes de Omena tem 51 anos e iniciou sua trajetória em 1990 com o grupo Snake Boys no ABC paulista. Em 1991, adotou o apelido após ler a biografia de Martin Luther King Jr., inspirado no filho do líder, Dexter Scott King. O nome, que significa destro e sagaz, tornou-se sua identidade artística e uma homenagem, representando qualidades que ele via como essenciais para sobreviver na periferia.

Sua história no rap ganhou um capítulo fundamental com o 509-E. O grupo foi formado com Afro-X na cela que deu nome ao projeto dentro da antiga Casa de Detenção do Carandiru, em São Paulo. Suas letras, nascidas da dura realidade do cárcere, tornaram-se referência e força para muitos jovens.

A experiência de 13 anos privado de liberdade, encerrada em 20 de abril de 2011, transformou-se em aprendizado e matéria-prima para sua arte. Dexter não foge do passado, mas o utiliza como ferramenta de conscientização, levando sua mensagem através de shows e palestras, reforçando o poder do hip-hop como agente de transformação social.

Essa crença no poder do rap é algo que o conecta profundamente a Edi Rock e aos Racionais MC’s. A parceria entre eles não é apenas musical, mas um elo de amizade e respeito mútuo construído ao longo de décadas na cena. Uma união que representa a força do rap paulista.

Quem acompanha a cena sabe que a presença de Dexter ao lado dos Racionais não é rara. Frequentemente, ele sobe ao palco com o grupo para entoar hinos. Por exemplo, esteve com eles no show do festival Sintonia, da Netflix, e nos últimos shows de 2024 do grupo, cantando o clássico “Diário de um Detento” ao lado de Mano Brown.

“A gente precisa que as pessoas também se lembrem deste capítulo triste da nossa história e façam uma reflexão. Hip-hop para mim é isso, rap para mim é isso. Além da diversão, a gente gera o conhecimento e também reflexão”, disse em entrevista ao Portal Lineup à época.

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No Sesc 14 Bis, o público pode esperar uma noite que vai além da música. Será uma celebração de vida, resistência e da força do rap. Dexter, Edi Rock, Gregory Affonso (voz de apoio), André Freitas (backing-vocal) e DJ Look prometem uma viagem sonora pelos 35 anos de história do Oitavo Anjo.

E o futuro segue a todo vapor. Dexter já prepara o terreno para “Frustrações, Dogmas, Convicções”, seu aguardado álbum de inéditas previsto para o segundo semestre. O trabalho é muito esperado pelos fãs, já que será o primeiro de estúdio com faixas novas desde o elogiado “Flor de Lótus”, lançado em 2015.

Além disso, o artista também prepara o álbum “Na Linha do Tempo”, com releituras de canções de outros artistas que gravou como convidado, um projeto inovador na cena musical. “Eu continuo aqui, firmão, fortão e no corre do dia a dia. Logo menos, vários outros capítulos serão do conhecimento de vocês”, complementa Dexter. Mas, por enquanto, o foco é celebrar o agora com Edi Rock no palco.

Dexter com participação de Edi Rock

Quando: 3 de maio (sábado), às 20h; 4 de maio (domingo), às 18h
Onde: Sesc 14 Bis (R. Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista, São Paulo, SP)
Quanto: R$ 21 a R$ 70
Mais informações: sescsp.org.br

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