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Deep Purple encerra Best of Blues com aula de rock clássico e hits atemporais

Banda britânica desfilou clássicos e faixas novas em noite que teve ainda a potência soul de Judith Hill e o rock do Hurricanes

Ian Gillan, vocalista do Deep Purple, em show no festival Best of Blues and Rock, no parque Ibirapuera, em São Paulo | 15.jun.2025/Flashbang/Divulgação
Ian Gillan, vocalista do Deep Purple, em show no festival Best of Blues and Rock, no parque Ibirapuera, em São Paulo | 15.jun.2025/Flashbang/Divulgação

A chama do hard rock clássico brilhou intensamente no parque Ibirapuera na noite deste domingo (15), marcando o encerramento da 12ª edição do Best of Blues and Rock. A lendária banda britânica Deep Purple, com seus integrantes da formação clássica majoritariamente na casa dos 70 anos, subiu ao palco para uma demonstração de vigor e maestria musical que desafia o tempo, fechando o festival com um repertório que equilibrou hinos atemporais e material de seu mais recente álbum, “=1” (2024).

Desde sua primeira visita ao Brasil em 1991, o Deep Purple construiu uma relação sólida com o público nacional, retornando ao país em cerca de 15 excursões diferentes, totalizando mais de 70 shows. Essa frequência demonstra não apenas a paixão dos brasileiros pela banda, mas também a incansável atividade do grupo, que continua a gravar e excursionar pelo mundo. Ian Gillan, que se aproxima dos 80 anos, comanda os vocais com uma sabedoria impressionante. Ao seu lado, Ian Paice (próximo dos 77 anos) na bateria e Roger Glover (79 anos) no baixo –ambos da icônica formação do início dos anos 1970– formam uma solidez sonora precisa e potente.

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Don Airey, tecladista desde 2002 e com 76 anos, assumiu a difícil tarefa de substituir Jon Lord, um dos fundadores e pilar sonoro da banda, morto em 2012. Airey não apenas honra o legado de Lord, mas adiciona seu próprio brilho e carisma, incluindo um charmoso trecho de “Aquarela do Brasil” em seu solo. O guitarrista Simon McBride, de 46 anos, o “novato” da formação, tem a responsabilidade de preencher o espaço deixado por lendas como Ritchie Blackmore e Steve Morse.

O show iniciou com a explosiva “Highway Star”, do álbum “Machine Head” (1972). O repertório seguiu com faixas do novo álbum “=1”, como “A Bit on the Side” e “Bleeding Obvious”, mostrando que a banda não vive apenas de nostalgia. Clássicos como “Hard Lovin’ Man” e “Into the Fire”, do seminal “In Rock” (1970), foram recebidos com entusiasmo. Apesar de não incluir todos os hinos esperados, como “Child in Time” ou “Perfect Strangers” nesta ocasião, a seleção mostrou um bom equilíbrio entre as fases da banda.

A seção intermediária da apresentação trouxe o groove inconfundível de “Lazy” e a intensidade de “When a Blind Man Cries”. Uma grata surpresa para o público brasileiro foi a inclusão de “Anya”, do álbum “The Battle Rages On…” (1993), canção que tem um apelo especial por aqui. A reta final, com a sequência de “Space Truckin'” (de “Machine Head”) e o riff imortal de “Smoke on the Water”, foi apoteótica. O bis com “Hush” (cover de Joe South, do álbum “Shades of Deep Purple” de 1968) e “Black Night” (single de 1970) selou a performance.

Cantora norte-americana Judith Hill em show no festival Best of Blues and Rock, no parque Ibirapuera, em São Paulo | 15.jun.2025/Flashbang/Divulgação
Cantora norte-americana Judith Hill em show no festival Best of Blues and Rock, no parque Ibirapuera, em São Paulo | 15.jun.2025/Flashbang/Divulgação

Antes da atração principal, a cantora norte-americana Judith Hill fez sua estreia no Brasil. Aos 41 anos, a artista, que já trabalhou com Michael Jackson e Prince, apresentou um show vibrante de soul, R&B e pop, com destaque para faixas de seu álbum “Letters from a Black Widow” e a balada “Cry, Cry, Cry”. Sua banda contava com a presença de seu pai no baixo.

Abrindo os trabalhos no palco principal neste domingo, a banda gaúcha Hurricanes, formada em 2016 em Santa Maria (RS), justificou seu apelido de “Black Crowes brasileiro”. O grupo entregou uma performance enérgica de seu blues rock com influências sulistas, apresentando material de seus álbuns “Hurricanes” e “Back to the Basement”.

Este último dia do festival coroou um evento que, em seu segundo fim de semana, também trouxe o espetáculo de Alice Cooper no sábado (14), além de Black Pantera e a celebração ao Charlie Brown Jr. com Marcão Britto e Thiago Castanho.

O primeiro fim de semana do Best of Blues and Rock, nos dias 7 e 8 de junho, já havia sido marcado pelas duas apresentações da Dave Matthews Band, que incluiu covers e a participação do gaitista Gabriel Grossi. Richard Ashcroft (ex-The Verve), Barão Vermelho e Paula Lima cantando Rita Lee também abrilhantaram o início do festival.

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Setlist Deep Purple no Best of Blues and Rock (15.jun.2025)

  1. Highway Star
  2. A Bit on the Side
  3. Hard Lovin’ Man
  4. Into the Fire
  5. Solo de Guitarra (Simon McBride)
  6. Uncommon Man
  7. Lazy Sod
  8. Lazy (com introdução estendida de teclado)
  9. When a Blind Man Cries
  10. Anya
  11. Solo de Teclado (Don Airey, com trecho de “Aquarela do Brasil”)
  12. Bleeding Obvious
  13. Space Truckin’
  14. Smoke on the Water

Bis:

  1. Green Onions (cover de Booker T. & the M.G.’s)
  2. Hush (cover de Joe South)
  3. Black Night
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