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D2, Luedji Luna, Preta Gil e Emicida exaltam cultura negra no festival Feira Preta

No domingo (5), Preta Gil, Luedji Luna, Majur, ÀTTØØXXÁ e outros subiram ao palco para encerrar o evento no parque Ibirapuera

Rapper Emicida (centro) participa de show da dupla de samba Prettos, com Magnu Sousá (esq.) e Maurilio de Oliveira, no festival Feira Preta, realizado no parque Ibirapuera, em São Paulo | Evensen - 4.mai.2024/Divulgação
Rapper Emicida (centro) participa de show da dupla de samba Prettos, com Magnu Sousá (esq.) e Mauriílio de Oliveira, no festival Feira Preta, realizado no parque Ibirapuera, em São Paulo | Evensen - 4.mai.2024/Divulgação

Luedji Luna subiu ao palco do festival Feira Preta neste domingo (22), no parque Ibirapuera, em São Paulo. A cantora baiana recebeu o cantor português, filho de cabo-verdianos, Dino D’Santiago, com quem recentemente lançou a música “Oh, Bahia”. Foi o show de encerramento no espaço principal do evento, que teve mais de 20 atrações musicais em três palcos, além de espetáculos de danças, palestras e dicas de empreendedorismo de 3 a 5 de maio.

“É a minha segunda vez na Feira Preta. Me sinto [sic] muito honrada de estar encerrando os trabalhos desta feira tão importante para o nosso povo”, afirmou Luedji Luna, que levou ao público hits como “Enquanto Durmo”, “Acalanto”, “Bom Mesmo É Estar Debaixo D’Água” e “Banho de Folhas” para embalar a noite. O setlist também trouxe “Como Seria” e “Kriolu” —música de D’Santiago no idioma criolo, de Cabo Verde.

Preta Gil também esteve no festival neste domingo com o Baile da Preta. Após tratamento bem-sucedido de um câncer colorretal, ela subiu ao palco dizendo: “Estou de volta ao sol, eu estou na Feira Preta”.

O baile, uma mistura de estilos musicais que celebra a diversidade cultural brasileira, teve participações de Majur e Valéria Barcellos. As canções “Sinais De Fogo”, “Avisa Lá”, “Canto da Cidade” e “Várias Queixas”, sucesso do grupo Gilsons, rechearam o setlist.

Outro encontro de artistas negros do dia foi o da banda ÀTTØØXXÁ com Larissa Luz e Rincon Sapiência.

Cantora baiana Luedji Luna em show no festival Feira Preta, realizado no parque Ibirapuera, em São Paulo | Noelia Nájera - 5.mai.2024/Divulgação
Cantora baiana Luedji Luna em show no festival Feira Preta, realizado no parque Ibirapuera, em São Paulo | Noelia Nájera – 5.mai.2024/Divulgação

Por sua vez, no sábado (4), Marcelo D2 promoveu uma roda de samba de seu trabalho mais recente, o “Iboru”, com uma homenagem a Arlindo Cruz. O show do músico carioca foi o principal do dia, e teve participações de Maria Rita, Leci Brandão e Arlindinho, filho do homenageado.

Arlindo tem 65 anos e é um dos principais nomes da música brasileira. Em março de 2017, sofreu um AVC (acidente vascular cerebral), que deixou sequelas como a impossibilidade de falar, andar e a necessidade de ajuda para se alimentar, por exemplo. Desde então, o cantor passa por tratamentos para recuperação, o que já inclui mais de 10 cirurgias.

Durante o show, um vídeo de Arlindo cantando a música “O Bem” no programa de Jô Soares foi exibido no telão, emocionando Marcelo D2, seguido de músicas das mais conhecidas do sambista, como “ Meu Lugar”, “O Show Tem que Continuar” e “Até Clarear”.

Em sua participação, Maria Rita declarou que ele quem abriu os caminhos para ela. “Arlindo foi quem puxou minha mão para cantar samba”. Na companhia de D2 e Arlindinho, que se mantiveram no palco todo o tempo, a artista entoou canções como “O que É o Amor”, “Saudade Louca” e “Maltratar Não É Direito”.

D2 ainda protagonizou um momento fofo com sua mulher, Luiza Machado, quando cantaram juntos “Será que É Amor” e dançaram com a também companheira de Arlindo Cruz, Barbara Cruz.

A entrada Leci Brandão no encerramento causou um grande frenesi na plateia. No repertório com a sambista, veio “Fogueira”, “Maria de Um Só João”, “Só Quero te Namorar” e “Zé do Caroço”, que fechou o espetáculo.

Leci Brandão (esq.) e Marcelo D2 em show no palco Orí, no festival Feira Preta, realizado no parque Ibirapuera, em São Paulo | Evensen - 4.mai.2024/Divulgação
Leci Brandão (esq.) e Marcelo D2 em show no palco Orí, no festival Feira Preta, realizado no parque Ibirapuera, em São Paulo | Evensen – 4.mai.2024/Divulgação

Emicida também marcou presença e pegou boa parte dos fãs de surpresa, quando surgiu no cenário do palco Asé para o show da dupla Prettos, formada pelos irmãos Magnu Sousá e Maurilio de Oliveira. Ali, o samba comeu solto.

No palco principal do FFP 2024, teve ainda a artista paraense Dona Onete, que recebeu a pernambucana Lia de Itamaracá, trazendo as raízes do Norte e Nordeste do país para o centro do festival. A cantora paraense afirmou durante a apresentação que “isso [show] faz parte da resistência, a força do Brasil”.

Com sua banda vibrante e talentosa, colocou os espectadores para dançar e cantar com as músicas “Jamburana” e “Banzeiro”, sendo essas um dos pontos altos da apresentação.

Já dupla Tasha & Tracie recebeu Duquesa e MC Ktrine em uma apresentação, que contou com fãs animados que esperaram ansiosos as artistas na grade do palco, durante horas, mesmo em uma tarde quente com os termômetros marcando mais de 30 °C no parque. Entre as músicas mais conhecidas estiveram “Arrume-se”, “Tang”, “Willy”, “Combate” e “Cachorraz”, com letras que falam sobre empoderamento feminino, vivências e autoestima das mulheres pretas em um contexto periférico.

Cantora paraense Dona Onete (esq.) e pernambucana Lia de Itamaracá em show no palco Orí, no festival Feira Preta, realizado no parque Ibirapuera, em São Paulo | Carol Novaes - 4.mai.2024/Portal Lineup
Cantora paraense Dona Onete (esq.) e pernambucana Lia de Itamaracá em show no palco Orí, no festival Feira Preta, realizado no parque Ibirapuera, em São Paulo | Carol Novaes – 4.mai.2024/Portal Lineup

FESTAS E BAILE BLACK

A Feira Preta teve também festas como a Batekoo e de outros festivais afrocentrados como o Psica (PA), Bronx (RS), Latinidades (DF), além de rodas de samba Cacique de Ramos, Resenha da Nala, Sambadela (o samba da Thelminha) e blocos afros como Zumbiido e Ilu Obá de Min.

O Baile Black Bom convidou o DJ e ativista negro Dom Filó, que aos 74 anos sobiu ao palco para recriar as Noites dos Shafts e relembrar o movimento que revolucionou a black music no Rio de Janeiro na década de 1970.

EMPREENDEDORISMO PRETO

Como um marco na história de construção da identidade da comunidade negra brasileira, o encerramento da edição gerou um valor em vendas de aproximadamente R$ 1,2 milhão para os empreendedores presentes, que expuseram seus trabalhos no evento, segundo a organização.

“Gente, sabe aquela coisa do ‘black money’? Não é utopia, não, aqui na Feira Preta acontece”, dissse a apresentadora do festival, Ana Paula Xongani. A diretora do PretaHub e fundadora do festival, Adriana Barbosa, também fez uma aparição, e disse estar muito feliz com o resultado do festival e agradeceu ao público presente.

O evento contou com palestras sobre empreendedorismo com temas sobre investimento, inteligência artificial no mercado digital e finanças.

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