Quatro dos maiores nomes da história da MPB se reúnem em um ato musical neste domingo (21), na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque e Djavan confirmaram presença na manifestação contra a chamada PEC da Blindagem e o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro. O encontro está marcado para começar às 15h, na altura do posto 5.
O protesto no Rio contará ainda com as participações de Paulinho da Viola, Lenine, Marina Sena e Os Garotin, transformando a orla em um grande palco de expressão política e cultural.

Os atos, convocados pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, acontecem em mais de 30 cidades pelo país. O principal alvo dos protestos é a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) nº 3/2021, que dificulta a investigação de parlamentares e foi apelidada por artistas e movimentos sociais de “PEC da Bandidagem”.
A união de Caetano, Chico e Gil, um encontro raro nos palcos, foi articulada por Caetano através da organização 342 artes. “A ‘PEC da Bandidagem’ tem que receber uma resposta saudável, socialmente saudável, uma manifestação de que grande parte da população brasileira não admite um negócio desse”, disse o artista em vídeo publicado nas redes sociais.
Pela manhã, em Salvador, a manifestação foi comandada por Daniela Mercury em um trio elétrico. A cantora recebeu o ator Wagner Moura, que fez um discurso inflamado antes de cantar “Várias Queixas”. “PEC da Blindagem é pros covardes!“, disse Daniela após a fala do ator. O protesto na capital baiana contou ainda com Baco Exu do Blues, Nanda Costa e Lan Lahn.
Em São Paulo, o ato na avenida Paulista, em frente ao Masp, também reúne um time de artistas, como Otto, Dexter, Marina Lima, Jota.pê, Agnes Nunes, Leoni, Salgadinho e Curumin.
Outras capitais também terão manifestações musicais. Em Belo Horizonte, o protesto na praça Raul Soares tem a presença de Fernanda Takai (Pato Fu), Djonga e FBC. Em Brasília, Chico César se une ao ato, enquanto em Vitória, a trilha sonora fica por conta de Silva.
Para a organização, a presença dos artistas é fundamental para ampliar o alcance dos protestos. “Esses artistas alcançam públicos que nós, dos movimentos sociais e populares de esquerda, não alcançamos”, afirmou Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares.
Os atos deste domingo também se posicionam contra a proposta de anistia “ampla, geral e irrestrita” para os condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, que poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O encontro dos ícones da MPB em um protesto de rua no Rio de Janeiro remete a momentos históricos de engajamento da classe artística na política brasileira.



