O Bring Me the Horizon surgiu em meio a várias outras bandas que tinham alguma conexão com a cena emo dos anos 2000, como Underoath, A Day to Remember, Parkway Drive e Avenged Sevenfold, entre outras, que eram influenciadas por metal e faziam um som mais pesado que transitava pelo post-hardcore, metalcore e nu metal.
O álbum de estreia do grupo, “Count Your Blessings”, lançado em 2006, é considerado um marco do deathcore, por exemplo. No entanto, nos dois shows que a banda fará em São Paulo –-nesta quinta-feira (28), na Audio, e no sábado (30), no Allianz Parque–, é pouco provável que músicas desse trabalho seminal integrem os repertórios. Ainda há ingressos do segundo show disponíveis na Eventim por valores que variam de R$ 245 a R$ 490.
Formado em Sheffield, na Inglaterra, em 2004, o Bring Me the Horizon se consolidou como uma das bandas mais versáteis e difíceis de rotular. Desde o metal extremo do álbum de estreia até o oitavo e mais recente trabalho, “Post Human: Nex Gen”, lançado em maio, o grupo liderado por Oliver Sykes evoluiu continuamente, incorporando referências que vão do emo ao pop. Essa constante experimentação permitiu à banda alcançar o mainstream, sem perder muito da essência rebelde de representada por Sykes como vocalista.
As mudanças no som começaram a surgir gradualmente com os álbuns “Suicide Season”, de 2008, e “There Is a Hell Believe Me I’ve Seen It. There Is a Heaven Let’s Keep It a Secret”, de 2010. No entanto, foi em 2013 com “Sempiternal”, o quarto trabalho da banda, que a transformação estética se tornou mais evidente. A entrada do tecladista e produtor Jordan Fish, no ano anterior, foi um marco decisivo que influenciou a direção musical seguida pelo grupo nos últimos 11 anos.
Com Fish, o Bring Me the Horizon lançou ainda “That’s the Spirit”, em 2015, “Amo”, em 2019, dois álbuns que aprofundaram a estética pop da banda e consolidaram seu status como uma das maiores do rock contemporâneo. Hits como “Throne” e “Drown” destacam influências radiofônicas de EDM, enquanto “Follow You” permite que o lado popstar de Oliver Sykes brilhe plenamente.
Jordan Fish ainda participaria de “Post Human: Survival Horror”, lançado em 2020, durante a pandemia de Covid, quando a banda voltou a fazer um som mais pesado. Porém, ele anunciaria sua saída do grupo em dezembro de 2023, meses antes do lançamento do sucessor “Post Human: Nex Gen”, surpreendendo fãs ao redor do mundo.
“Eu sei que, muitas vezes, éramos vistos como uma dupla,” relembrou Sykes sobre sua parceria criativa com Fish, em entrevista à publicação inglesa NME. “O ponto de ruptura começou quando, depois de ‘Survival Horror’, comecei a pensar e a refletir sobre a forma como estávamos agindo.”
“Tudo fazia parte de uma mentalidade de que nós não poderíamos parar, misturado com um medo de que ‘se pararmos, vamos desaparecer, a banda não será mais grande, alguém vai tomar o nosso lugar, alguém será maior e melhor do que nós,’” diz Sykes.
“Em algum momento, você precisa aceitar que sua banda já chegou onde poderia chegar. Também precisa se perguntar: ‘até que ponto você está disposto a ir para alcançar um pouco mais de popularidade? Você realmente quer entrar no TikTok e fazer todas as dancinhas? Quer se matar no estúdio todos os dias, mesmo sem vontade de escrever música, só por causa desse medo?’”, questionou ele.
“Existe um limite para o sucesso. Entramos em uma mentalidade conjunta da qual eu estava tentando me distanciar, mas Jordan, de certa forma, não conseguia,” refletiu Sykes.
É neste contexto de pós-turbulência que a banda retorna ao Brasil, país que ocupa um lugar especial na história do BMTH. A banda já se apresentou por aqui em 2011 e 2016, em shows solo, além de marcar presença em grandes festivais como o Lollapalooza Brasil, em 2019, e o Knotfest, em 2022. Nessas duas últimas passagens, também realizaram side shows, reforçando o carinho e a forte conexão com os fãs daqui.
Esse vínculo se tornou ainda mais forte por conta da conexão pessoal de Oliver Sykes com o país: o vocalista é casado com a artista brasileira Alissa Salls. Segundo o jornal O Globo, o casal tem uma casa em Taubaté, no interior de São Paulo, desde 2018, onde costuma ficar alguns dias do ano.
Além de passar pelo Brasil, o Bring Me the Horizon leva a turnê do álbum “Post Human: Nex Gen” para outras cidades da América Latina. A banda se apresenta em Santiago, no Chile (2/12), Buenos Aires, na Argentina (8/12), Bogotá, na Colômbia (11/12), e encerra o ano com um show na Cidade do México, no México (14/12)
Para 2025, a agenda do grupo, por enquanto, inclui apenas apresentações nos renomados festivais Rock am Ring e Rock im Park, em junho, na Alemanha. O BMTH será um dos headliners ao lado de Slipknot e Prodigy.
Bring Me the Horizon – ‘Post Human’
AUDIO
Quando: 28 de novembro de 2024
Onde: Audio (av. Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, São Paulo, SP)
Quanto: esgotados
Mais informações: eventim.com.br
ALLIANZ PARQUE
Quando: 30 de novembro de 2024
Onde: Allianz Parque (av. Francisco Matarazzo, 1.705, Água Branca, São Paulo, SP)
Quanto: R$ 245 a R$ 490
Mais informações: eventim.com.br