Dois dias de celebração da cultura negra e exaltação da ancestralidade. Este é o espírito do Afropunk, que realizou a quarta edição no Brasil no sábado (9) e no domingo (10). O Parque de Exposições, em Salvador, recebeu cerca de 50 mil pessoas para ver nomes nomes de fora do país, como Erykah Badu e Lianne la Havas, além de artistas nacionais como Planet Hemp, Jorge Aragão, Léo Santana e Timbalada para uma festa bem animada.
Assim como nas edições anteriores, as atrações se dividiram em dois palcos, o Gira e o Agô, posicionados lado a lado e em horários alternados. A estrela do neosoul Erykah Badu brilhou no Gira no primeiro dia de evento. A cantora texana, porém, se atrasou, como é de costume, mas trouxe uma performance que compensou a mudança na programação, com hits como “On & On”, “Didn’t Cha Know” e “3:AM”, um feat com a rapper americana Rapsody, tendo surgido de surpresa no cenário.
Com o atraso de Erykah, o baiana Léo Santana antecipou sua participação no palco ao lado. Enquanto isso Duquesa levou seu rap com letras de empoderamento feminino, que segurou um bom público no recinto. Antes deles teve ainda a comemoração de 50 anos do Ilê Aiyê com Virgínia Rodrigues, a também baiana Melly, o samba de Jorge Aragão e o Planet Hemp, com um show energético, letras de protestos, fumaça e bastante poeira, resultado das rodas de bate-cabeça que se formaram na plateia. Quem fechou a noite foi a dupla Irmãs de Pau.
Já o domingo teve uma garoa que agregou algumas capas de chuva aos looks dos fãs que se paramentam a rigor para curtir o evento.
Um dos shows mais esperados do segundo dia foi o de Lianne La Havas com Liniker no palco Gira. Boa parte do público já estava a postos sob a água que insistia em cair de maneira até que tímida para ver o feat. Com muita simpatia, a multi-instrumentista britânica entrou em cena com seu violão em mãos, sorridente e se arriscando no português. A artista enfrentou alguns problemas técnicos e interrompeu a apresentação por alguns minutos para que os instrumentos e seu microfone voltassem a funcionar.
Quando Liniker apareceu foi um alvoroço, mas a brasileira participou apenas na faixa “No Room for Doubt”.
Fat Family, no palco Agô, fez o show com músicas de Tim Maia, como “Descobridor dos Sete Mares”, “Do Leme ao Pontal” e “Primavera”.
Ao longo do dia, Ebony, Larissa Luz e Mateus Fazeno Rock passaram pelo lineup, fechado com os batuques e a alegria intensa da Timbalada e o arrocha descontraído de Silvanno Salles.
Desde 2005, quando surgiu em Nova York, nos EUA, o festival tem sido realizado em várias cidades, incluindo Atlanta (Estados Unidos), Paris (França), Londres (Inglaterra) e Joanesburgo (África do Sul).
“Este foi um ano em que fincamos o Afropunk Brasil nacional e internacionalmente. Nesta edição fortalecemos relações, tivemos o público mais uma vez como protagonista, colando junto com o festival. Toda a engrenagem girando, podendo enaltecer ainda mais os bastidores repletos de, principalmente, mulheres negras, em cargos de liderança”, diz Ana Amélia Nunes, diretora de comunicação e sócia da IDW Entretenimento, que produz o festival no Brasil.
E neste ano o Portal Lineup firmou parceria com o Afropunk Brasil como apoiador de mídia.
Afropunk Experience em SP
O festival realiza ainda neste ano uma versão menor em São Paulo. O Afropunk Experience, depois de passar por Belém, em setembro, desembarca na capital paulista em 14 de dezembro com shows de de Anelis Assumpção canta Legalize It, Rachel Reis, Yago Oproprio e as atrações internacionais, pela primeira vez no Brasil: Doechii e Amaarae.
Os ingressos para o evento no parque Villa-Lobos estão disponíveis no site da Sympla, com valores que variamde R$ 150 a R$ 365.
