Marcelo D2 subiu ao palco Sunset do Rock in Rio no domingo (15) com o Planet Hemp. Antes de entrar em cena, o vocalista da banda carioca deu entrevista nos bastidores do evento e teceu críticas a ostentação muito comum em gêneros como funk e rap, este último que foi o principal ritmo na Cidade do Rock, montada no Parque Olímpico (zona oeste do Rio), no primeiro dia de festival, na sexta (13).
Segundo o artista nascido em São Cristóvão e ex-morador de Madureira, no Rio, como versa na música solo “1967”, esse movimento de ostentar pode enganar, gerar ilusões. “Eu acho uma armadilha fodida, eu acho uma armadilha muito brava, esse papo de que a favela venceu. A favela não venceu, não. A favela ainda está passando fome, morrendo de fome, sem saneamento básico, sem saúde”, afirma ele. “Então a gente tem que lutar muito por isso, tá ligado? Porque eu acredito muito na coisa que o Emicida fala […] que a ‘rua é nós’, ‘não é eu’, tá ligado?”
“Então enquanto não for todo mundo, enquanto tiver só um cara no palco do Rock in Rio, não vai valer a pena”, afirma o músico ao lado de BNegão, companheiro de banda, e da baiana Pitty, que participou da performance com o Planet Hemp.
O grupo fez a apresentação em que celebra os 30 anos de estrada, com suas letras típicas de protesto, criticando políticos, problemas sociais e falado sobre maconha.
A ostentação é uma expressão comum nos gêneros considerados periféricos, especialmente no trap, cujo espaço no Rock in Rio tem crescido. O evento reuniu alguns dos principais nomes do Brasil, como Veigh e Kayblack, Orochi, Chefin e Oruam, MC Cabelinho, Major RD, Matuê com Wiu e Teto e teve como headliner o rapper americano Travis Scott.