Ringo Starr, o icônico baterista dos Beatles, lançou em 10 de janeiro seu 21º álbum solo de estúdio, intitulado “Look Up”, marcando seu retorno ao gênero country após mais de 50 anos. Produzido em colaboração com o compositor T Bone Burnett, o trabalho apresenta 11 faixas originais, gravadas em Nashville e Los Angeles, nos Estados Unidos, com o músico cantando e tocando bateria em todas elas. O ex-beatle também coescreveu a música de encerramento, “Thankful”, com Alison Krauss.
O disco, que é o primeiro do artista desde 2019, demonstra a forte ligação de Ringo com a música country, um estilo que o acompanha desde a juventude em Liverpool. “Eu sempre amei música country. E quando pedi para T Bone escrever uma música para mim, eu nem pensei na época que seria uma música country — mas é claro que era, e era tão linda”, diz o cantor em entrevista à BBC. Essa paixão pelo estilo musical é evidente em suas composições para os Beatles, como “Act Naturally”, “What Goes On” e “Don’t Pass Me By”. Além disso, seu segundo álbum solo, “Beaucoups of Blues”, lançado em 1970, também era country.
O músico expressou seu entusiasmo em continuar em atividade. “Fazer música no estúdio e escrever música com outros músicos é o que me move na vida e me mantém ocupado”. Aos 84 anos, o baterista continua ativo, tendo lançado cinco álbuns de formato reduzido nos últimos cinco anos. “No meu caso, sou feliz quando estou batendo nos tambores”.
Ele também comentou sobre a decisão dos Beatles de parar de se apresentar ao vivo em 1966, explicando que a combinação da gritaria dos fãs, a agenda lotada de shows e a falta de equipamento de som adequado para grandes arenas inviabilizaram a continuidade das apresentações. “A adoração dos fãs era algo genial, mas na maior parte do tempo eu precisava ficar prestando atenção às costas John, Paul e George para saber em que parte da música estávamos”, afirma. “A gente não conseguia ouvir coisa alguma por causa da gritaria”.
O artista compartilhou sua frustração por nunca ter tocado ao vivo algumas canções emblemáticas dos Beatles, como “Strawberry Fields Forever” e “Penny Lane”. “É de certa forma uma frustração que nós nunca tenhamos tocado essas canções ao vivo”.
Ringo também recordou suas três visitas ao Brasil, a última delas em 2015. “Amei o Brasil. O público fica de pé, dança. Os brasileiros vêm ao show para se divertir, não para ficar sentados escutando,” afirmou, demonstrando seu apreço pelos fãs brasileiros. Ele também mencionou os constantes pedidos que recebe em seu site de fãs brasileiros para que ele volte ao país: “No meu site há sempre alguém pedindo ‘venha ao Brasil!'”.
Por ora, entretanto, nenhum evento marcado no país. Na agenda, há uma série de oito compromissos marcados em junho nos Estados Unidos.
Sobre o legado duradouro dos Beatles, o ex-integrante da banda se mostrou admirado e satisfeito com a influência da banda em novas gerações. “Eu adoro a ideia de que geração após geração está ouvindo nossas músicas. Temos bilhões de execuções nos serviços de streaming e isso tudo é bem maluco. Adoro, porque ainda fazemos parte de alguma coisa em vez de estarmos guardados em um armário”, comenta.