Sob o sol inclemente do Carnaval de 2025, o centro do Rio pulsou no ritmo contagiante do Fervo da Lud, um mar de 750 mil foliões, segundo a organização, que se renderam à energia magnética de Ludmilla. Ela abriu o desfile pouco depois das 8h, deslumbrando em um look dourado Paco Rabanne que ecoava a riqueza da cultura brasileira. Mais tarde, trocou por um visual mais leve para comandar a massa ao som de seus maiores sucessos, que passearam pelo funk, samba e axé, incluindo hits como “Socadona”, “Hoje”, “Café da Manhã” (parceria com Luísa Sonza), “Rainha da Favela” e “Maldivas”, além de outras faixas do projeto “Numanice”, como “Saudade da Gente” e “Teu Segredo”.
Mas a festa vibrante foi também um palco de solidariedade e afeto, com um tocante tributo à cantora Preta Gil. A homenagem a filha de Gilberto Gil foi um dos pontos altos do Fervo. Ludmilla vestiu uma camiseta com a foto da amiga e dedicou palavras emocionadas: “A Preta é uma pessoa muito especial, tanto na minha vida pessoal quanto na minha vida artística. Hoje eu estou usando uma camiseta usando uma camiseta com a Preta Gil porque eu amo muito ela”.
Lud ainda relembrou o momento inspirador em que a viu pela primeira vez naquela mesma avenida: “Foi aqui nessa rua que eu vi o trio dela pela primeira vez. Eu era uma pessoa normal e vi que era possível puxar um trio nessa rua. Preta Gil, eu te amo, nós te amamos, receba a sua homenagem, meu amor”.
Ao lado de Ludmilla, marcava presença sua esposa, Brunna Gonçalves, que, grávida de seis meses de Zuri, demonstrava sua energia contagiante mesmo após ter desfilado pela Beija-Flor na Sapucaí na madrugada anterior.
O calor intenso do Rio, com temperaturas na casa dos 30ºC, exigiu atenção à saúde dos foliões. Algumas pessoas precisaram de atendimento médico, e Ludmilla fez apelos constantes para que o público se hidratasse: “Vamos beber água, gente. Está muito quente”. A organização distribuiu leques e chapéus como forma de amenizar o calor. A segurança do evento foi reforçada com 600 policiais militares e 250 agentes privados.

Em um momento de interação com o público, Ludmilla brincou sobre a intensidade do bloco: “Não quer empurra-empurra, deixa eu te falar, fica em casa”. Em seguida, promoveu um momento de união ao som de “Caranguejo”. Ludmilla é reconhecida como uma das maiores artistas pretas da América Latina, com mais de 14 bilhões de streams acumulados e um Grammy Latino pelo álbum “Numanice”.
O Fervo da Lud, que surgiu no Carnaval de 2018, se firmou como um dos blocos mais populares do Rio, conhecido por sua mistura de ritmos e a energia contagiante de Ludmilla. A festa é de acesso livre ao público.
Antes de incendiar o Carnaval do Rio, a artista também levou sua energia para outros palcos. Ela abriu o Carnaval de Salvador pelo terceiro ano consecutivo, desfilando no tradicional Circuito Barra-Ondina, e se apresentou no domingo (2) no evento Carnaval na Cidade, em São Paulo.
