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Ludmilla faz show no Coachella com introdução de Beyoncé e discurso de Erika Hilton

Brasileira é a primeira artista negra e latino-americana a se apresentar no palco principal do festival americano

Ludmilla (esq.) e Brunna Gonçalves, sua mulher, em show na 23ª edição do Coachella, festival realizado em Indio, região de deserto na Califórnia | Steff Lima - 14.abr.2024/Divulgação

Ludmilla (esq.) e Brunna Gonçalves, sua mulher, em show na 23ª edição do Coachella, festival realizado em Indio, região de deserto na Califórnia | Steff Lima - 14.abr.2024/Divulgação

“Diretamente do Rio de Janeiro para a Califórnia, e agora aqui no Coachella, senhoras e senhores: Ludmilla”. Essa foi a mensagem que soou nos alto-falantes no deserto californiano para anunciar o show da cantora brasileira, neste domingo (14), na 23ª edição do festival. A voz era de Beyoncé, que gravou a mensagem para o momento mais significante da carreira da artista nascida em Duque de Caxias (RJ) —segundo ela mesma disse.

Antes de Ludmilla começar a cantar em um dos principais eventos musicais do mundo, houve ainda outro anúncio acompanhado de frases no telão do cenário. Desta vez, quem entoou as palavras, em inglês, durante uma interpretação foi a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). “Esta é a minha casa, e na minha casa não vou tolerar nenhum tipo de ódio. Racismo, homofobia, transfobia, xenofobia ou misoginia”, disse a política brasileira, que é uma mulher trans. “Respeite, respeite minha história. Respeite a mulher negra mais ouvida na América Latina”.

A partir daí, um pouco depois das 15h (19h, no horário de Brasília), Ludmilla surgiu em cena ao som de “Rainha da Favela”, com os versos “foca no meu bumbum”. Foram cerca de 50 minutos de apresentação da brasileira, que levou o baile de favela aos EUA e passou pelo funk, pagode e pop.

A artista tem investido cada vez mais em sua carreira internacional. Só na apresentação do Coachella, Lud divulgou que foram cerca de R$ 8 milhões e mais de 60 profissionais brasileiros e estrangeiros envolvidos na produção. O montante pode ser considerado alto, de acordo com a importância do evento: ela se tornou a primeira artista negra e latino-ameriana a cantar no palco principal do festival. A brasileira antecedeu J Balvin e Doja Cat no terceiro dia de programação, cujo o início se deu na sexta (12).

Para o repertório do “Ludchella” composto com hits da tala de “Fala Mal de Mim”, “Verdinha” e “Socadona” dançarinos bem entrosados acompanharam a cantora nas coreografias ao longo do show, com muito gingado e sensualidade, finalizado de forma alegre com “Cheguei” e “Favela Chegou”.

Nas faixas “Maliciosa” e “Maldivas”, como tradicionalmente ocorre, sua mulher, Brunna Gonçalves, apareceu para interagir e selou a participação com um beijo na parceira. Outro momento marcante foi a inédita apresentação ao vivo que Lud fez de seu primeiro hit em espanhol, “Piña Colada”, com a participação especial do cantor colombiano Ryan Castro.

LUDCHELLA

“Estou muito feliz em cantar no palco principal do Coachella, algo que era tão distante pra mim. As minhas maiores inspirações já passaram pelo festival, e agora eu estarei lá”, disse em comunicado à véspera nas redes sociais. “A preta venceu e você que sabe as dores de ser como eu também venceu comigo. Esse show é a expressão máxima do que quero representar como artista neste momento. Investi toda a minha energia, meus recursos e na minha equipe para que ele seja a verdadeira realização de um sonho”.

Em um comunicado à imprensa, a cantora nascida em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, menciona Beyoncé, The Weeknd e Prince como artistas que admira e que já se apresentaram no mesmo palco.

Ludmilla em show na 23ª edição do Coachella, festival realizado em Indio, região de deserto na Califórnia | Steff Lima - 14.abr.2024/Divulgação
Ludmilla (centro) em show na 23ª edição do Coachella, festival realizado em Indio, região de deserto na Califórnia | Steff Lima – 14.abr.2024/Divulgação

Segundo ela, tudo mudou quando compreendeu que poderia ser mais forte do que o simples julgamento dos outros, que não acreditavam no potencial de uma carreira que já ultrapassa uma década de muito trabalho e sucesso.

“Eu decidi que não ia aceitar o pouco, que não ia ser mais uma expectativa imposta pela branquitude. Eu sou o ‘não’ que movimenta a sociedade, que muitas pessoas não engolem e que, através dele, o ‘sim’ possa ser um novo horizonte para outras ‘Ludmillas’ que existem pelo Brasil e pela América Latina”, desabafa.

O show no Coachella vai servir como uma prévia da turnê “Ludmilla in the House”, que passará por estádios e arenas de quase 20 cidades de todas as regiões do país a partir de 25 de maio.

COACHELLA 2024

A 23ª edição do festival teve início na sexta-feira (12), com apresentações de Lana Del Rey e convidados especiais como Billie Eilish e Jon Batiste, além de Deftones, Sabrina Carpenter e uma aparição surpresa de Shakira no set de Bizarrap, o DJ e produtor argentino que colaborou com a colombiana em algumas músicas do seu novo álbum, “Las Mujeres Ya No Lloran”, lançado em março e que terá uma turnê mundial de divulgação, a partir de novembro.

Neste sábado (13), o destaque foi para Tyler, the Creator, o retorno do No Doubt aos palcos depois de quase uma década, Blur, Jon Batiste, Vampire Weekend e Sublime. O festival retorna ao Empire Polo Grounds no próximo fim de semana, mantendo a mesma programação, com Ludmilla prevista para se apresentar novamente no evento, no  domingo (21).

Ainda é possível adquirir o pacote para os três dias do próximo fim de semana, de 19 a 21 de abril. Os preços começam em US$ 499 (R$ 2.515) e estão disponíveis para compra no site oficial do festival, onde a programação completa também pode ser consultada.

 

 

Coachella 2024

Quando: 12 a 14 de abril e 19 a 21 de abril
Onde: Indio, Califórnia
Quanto: US$ 499 (R$ 2.515) a US$ 1.069 (R$ 5.389) pacote de três dias do segundo fim de semana do festival
Mais informações: coachella.com